Seis fatos sobre o xolo, a raça de cachorro mais antiga das Américas
Por: Maura Martins
Você conhece o xoloitzcuintle? O popular “pelado mexicano”, ou simplesmente xolo, é conhecido como uma das raças de cachorros mais antigas da América do Sul e Central. Há evidências, inclusive, de que estes cães existam há mais de três mil anos!
Neste texto, contamos seis curiosidades incríveis sobre este cão sem pelos. O primeiro registro que se tem sobre a raça vem do século XVI, quando o navegador Cristóvão Colombo descreveu um cachorro pelado que vivia entre os astecas numa carta enviada à metrópole espanhola.
Colombo ficou impressionado com o cuidado que este povo pré-hispânico tinha com o animal: os astecas dormiam com seus cachorros e os acariciavam como se fossem crianças. Inclusive, quando morriam, eles eram enterrados próximos a onde estavam seus pets!
Os antigos povos maias reverenciavam este cachorro pelado porque, para eles, o animal remetia à representação de seu deus, Xólotl, vinculado à escuridão e à morte. A divindade maia era tida como uma das mais poderosas em sua cultura, responsável por guiar a alma dos mortos.
Por isso, conforme a tradição ancestral, acreditava-se que os cachorros eram capazes de enxergar a alma dos defuntos. Esta foi uma das razões pelas quais, durante a colonização espanhola, esta raça esteve próxima da extinção. Os maias e os astecas tinham profundo respeito e devoção pelos Xolos. Isso não impedia que eles não fossem… comidos.
Em certas datas específicas, eram alimento ritual e um elemento de cura pelo calor que sua pele exala”, afirmou Eva Ayala, diretora do Museu de El Carmen, em entrevista ao jornal El País.
Frida Kahlo e Diego Rivera tiveram cães xolos
A partir da década de 1950, a raça xoloitzcuintle começou a ser “reativada” no México, de modo a proteger o cãozinho e evitar que ele se extinguisse definitivamente. Vários artistas começaram a representá-lo em quadros e poemas, inclusive os pintores Diego Rivera e Frida Kahlo, que tiveram xolos de estimação.
Um xolo aparece no filme Viva — A Vida é uma Festa
Lembra do Dante, aquele cãozinho simpático que era o fiel escudeiro do menino Miguel no filme de animação da Pixar, Viva — A Vida é uma Festa (2017)? Pois saiba que ele é um autêntico xoloitzcuintle. Não por acaso, o personagem canino transita pelo mundo dos mortos.
Uma curiosidade: durante a produção do filme, a equipe da Pixar levou vários cães da raça para o estúdio de animação. O objetivo era estudar seu comportamento, sua anatomia e as formas com que eles interagiam com as pessoas.
Uma das consequências disso é que Dante está frequentemente com a língua de fora. Isso é uma característica dos xolos: eles não têm os dentes pré-molares e, por isso, é comum que sua língua fique exposta.
Eles são ótimos para pessoas com alergias
Como eles têm pouquíssimos pelos, os xolos podem ser ótimos animais de estimação para pessoas com alergias. Contudo, por ter a pele muito exposta, eles precisam de cuidados especiais. Devem estar sempre limpos, e seu tutor deve usar um pano úmido para remover as células mortas de seu corpo. Eles precisam também usar protetor solar antes de ir ao sol, e não é incomum que apresentem problemas de acne, já que sua pele tem bastante óleo natural.
Fonte: Mega Curioso