Política

Foro de São Paulo, engodo e destruição

Evento, que acontece de 29 de junho a 02 de julho, elogia ditaduras e ‘equilíbrio’ da China

O que é o sórdido Foro de São Paulo, o que significa e quem são os bárbaros personagens que idealizaram sua propagação aqui na América Latina? A primeira reunião aconteceu com a adesão de 48 partidos e organizações latino-americanos e caribenhos, na cidade de São Paulo, em 1990, tendo como anfitrião o ignoto Partido dos Trabalhadores (PT).
Visando combater a nova conjuntura internacional, em 1989, após a queda do Muro de Berlim, as organizações envolvidas tiveram como propósito o debate e a elaboração de estratégias para enfrentar as sanções impostas pelos Estados Unidos (EUA) ao país cubano. Em 1991, na Cidade do México, com aumento no número de organizações e de partidos políticos participantes, votaram pelo nome “Foro de São Paulo” e, dois anos depois, o encontro aconteceria em Cuba.

Neste contexto, seria interessante perguntar o que levou os EUA a aplicarem sanções à ilha caribenha? Pois bem, em 1960, Cuba iniciou uma onda de nacionalizações que afetou grandes investidores norte-americanos como produtores e exportadores de açúcar e grandes proprietários de terras, causando prejuízos na ordem de US$1 bilhão aos investidores americanos.
Um ano antes, com a chegada de uma unidade do exército rebelde liderada por Fidel Castro, triunfa a Revolução Cubana e, a partir daí, as relações entre os dois governos ficaram tensas, obrigando os EUA imporem algumas restrições comerciais.

Foro de São Paulo (Foto: Reprodução/@NicolasMaduro)

Em 1962, no governo John Kennedy, os EUA ampliaram o embargo, levando as restrições às importações cubanas e permitindo que o presidente impusesse tais medidas até que o governo cubano indenizasse os cidadãos norte-americanos afetados pelos prejuízos causados com as políticas de nacionalizações.

Na contramão das medidas norte-americanas, o Brasil, nos governos petistas, financiou, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), obras de bens e serviços de engenharia para outros países, como Venezuela, Cuba e Angola (todos regimes ditatoriais). Esses financiamentos foram determinados pela administração direta do governo federal nas eras Lula e Dilma (2003 a 2016). Como esperado, tomou calote de todos. A inadimplência custou aos cofres brasileiros US$ 722 milhões da Venezuela, US$ 122 milhões de Moçambique e US$ 250 milhões de Cuba, em um valor total de US$ 1,09 bilhão acumulado até março de 2023. Outros US$ 518 milhões estão por vencer desses países.

Do montante destinado às obras no exterior, 98% do valor total foram destinados a cinco grandes empreiteiras brasileiras. Dos US$10,5 bilhões que foram financiados, a Odebrecht recebeu 76%, a Andrade Gutierrez 14%, a Queiroz Galvão 4%, a Camargo Correa 2% e a OAS 2%. E essa tem sido a tônica da atual gestão do PT.

No ano passado, documentos obtidos pela CNN confirmam a acusação feita pelo presidente do BNDES na época, Gustavo Montezano, de que o Brasil aceitou charutos cubanos como garantia para um empréstimo bilionário para a construção do porto de Mariel, em Cuba.

Cuba deixou, em garantias recebíveis, de venda de charuto doméstico. Se não pagasse, o governo brasileiro ia lá em Cuba, ia penhorar as vendas de charuto lá em Havana para poder ressarcir o cidadão brasileiro”, afirmou Montezano durante a live com o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sanha petista em reestatizar a Eletrobras, a tentativa de controlar o Banco Central, hoje autônomo, e empréstimos feitos nos seus primeiros mandatos são exemplos do que defende o Foro de São Paulo. Como bem destaca a página do grupo na internet, em que ressalta a Declaração dos seguintes objetivos:

Avançar com propostas de unidade de ação consensuais na luta anti-imperialista e popular; “Promover[emos também] intercâmbios especializados em torno dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais, e “[…] em contraposição com a proposta de integração sob o domínio imperialista, [definir] as bases de um novo conceito de unidade e integração continental.

Ditadores (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Defendem tantas coisas na luta contra o “Império do Mal”, mas há décadas, que estão já virando século, nada melhora nos países comunistas. Pelo contrário, vão de mal a pior, com Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) cada vez mais precários.

A verdade nua e crua é que a esquerda, seja socialista ou comunista, por onde passa, independentemente de época, deixa rastros incalculáveis de destruição que podem ser sentidos por várias gerações. Foi assim nas extintas União Soviética (URSS) e Alemanha Oriental, é assim na Coreia do Norte, na Nicarágua, na Argentina, na Venezuela, em Angola e no Chile, exemplo mais recente que, antes do socialista Gabriel Boric destroçar a economia, o país tinha uma das economias mais estáveis da América Latina e um alto IDH. É para se preocupar ou não?

Não me venha com esse papo de querer dizer que é opinião precipitada e de bolsonarista, que não é. As medidas desastrosas em áreas importantes como economia são corriqueiras. Alguém conhece a história do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, hoje ministro da economia sem a mínima competência para isso?

Com ministros incompetentes tecnicamente nosso País vem despencando, já perdemos todos os ganhos dos últimos quatro anos em apenas seis meses. A dívida pública, antes superavitária, hoje explodiu e está em déficit astronômico. Não existe projeto, não existe solução para o Brasil, simplesmente há uma busca desmedida por poder.

Com a ideia ultrapassada de que o Estado deve ser provedor, sufocam empreendedores e empresários com impostos para manutenção da máquina pública sem nenhum propósito plausível. Gastanças são corriqueiras e as farras com o dinheiro público retornaram com força total nesse governo Lula. O que foi economizado e deixado em caixa no governo Bolsonaro Lula e seus asseclas torraram em emendas e para comprar apoio.

Para nosso dissabor, a 26ª Reunião do Foro ocorrerá durante quatro dias, de 29 de junho a 02 de julho, com 17 mesas de debates nos auditórios do Hotel San Marco, em Brasília. Tomando como base os últimos quatro meses de desgoverno petista aqui no Brasil, o que poderia sair de interessante, senão os comes e bebes? Tudo devidamente bancado com o nosso dinheiro.
Até a próxima!

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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