Saúde

HIV: proteína que deixa vírus “invisível” para sistema imunológico é descoberta

Proteína torna o vírus da HIV dormente e impossibilita que o sistema imunológico o localize e combata a infecção

Por Vitoria Lopes Gomez

Durante a terapia antirretroviral para manter o HIV sob controle, o vírus se esconde dentro de um certo tipo de linfócito, os glóbulos brancos responsáveis por ativarem o sistema imunológico contra a infecção. Isso impede que essas células localizem o vírus e o combatam. Porém, uma pesquisa recente descobriu qual a proteína que torna o HIV dormente e como induzir o corpo humano a detectá-la.

Um estudo recente publicado na revista Cell Reports descobriu pela primeira vez que uma proteína, o receptor de hidrocarboneto acrílico (AhR), desempenha um papel importante em manter o vírus dormente dentro da célula. Isso impossibilita a localização desses componentes virais por parte do sistema imunológico, para serem combatidos.

A dupla Petronela Ancuta, professora da Universidade de Montreal, e a estudante de Ph.D. Debashree Chatterjee revelou que a proteína descoberta atua sob um gene responsável pela transcrição, conhecido por replicar o HIV.
Como foi feita a descoberta? Para chegarem ao resultado, as duas cientistas eliminaram a proteína AhR e usaram drogas que induziam ou bloqueavam a sua ativação. Neutralizando a atuação da proteína, elas observaram um crescimento viral, mesmo em pessoas que passam pela terapia antirretroviral.

Soluções

• As cientistas propuseram uma técnica de “chocar e matar”.
• Primeiro, elas propõem o uso de drogas que inibem a atividade da AhR, justamente para aumentar o crescimento viral e fazer com que as células infectadas pelo HIV se tornem visíveis ao sistema imunológico.
• Depois disso, as células infectadas podem ser combatidas.
• Elas revelam que, em alguns ensaios clínicos, as drogas que bloqueiam a proteína já são usadas para combater câncer.

Próximos passos
A descoberta permitiu que as pesquisadoras entendam o mecanismo por trás do vírus do HIV dormente. Elas esperam continuar trabalhando com os inibidores para testar se conseguem eliminar definitivamente os reservatórios virais.

Hoje, conseguimos mostrar nas células dos pacientes como essa via AhR é ativada. Com a ajuda de tecnologia de ponta, (…) queremos ir além e caracterizá-lo especificamente no tecido de pessoas vivendo com HIV. Isso nos permitiria validar esse alvo terapêutico em humanos no contexto de HIV”, explicou Petronela Ancuta.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o final de 2021 mais de 38 milhões de pessoas viviam com HIV. Hoje, a terapia antirretroviral já possibilita que essas pessoas vivam com qualidade e impede a replicação do vírus.

Fonte: Olhar Digital

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