Lula defende que BNDES financie gasoduto na Argentina

Petista afirmou haver ‘perspectivas positivas’ de crédito à exportação de produtos para a obra

Por Marcos Rocha

Nesta segunda-feira (26), durante uma cerimônia de honraria ao presidente argentino Alberto Fernández no Palácio do Itamaraty, em Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou estar “muito satisfeito” com a perspectiva positiva de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assumir a responsabilidade financeira pela construção do gasoduto Néstor Kirchner, na Argentina.
A visita de Fernández ao Brasil tem como objetivo buscar apoio financeiro para o seu país e celebrar os 200 anos de relações diplomáticas entre as duas nações. Em dezembro, a Argentina já havia anunciado que o Brasil contribuiria com US$ 689 milhões para a conclusão do segundo trecho do gasoduto, que terá cerca de 500 km de extensão.

Fico muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES à exportação de produtos para a construção do gasoduto presidente Néstor Kirchner. Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para a Argentina”, disse o petista durante a solenidade na capital federal.

Com Argentina quebrada, Fernández vem atrás de dinheiro brasileiro
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, já chegou a Brasília (DF) para uma visita oficial, durante a qual terá encontros com Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto e participará de um almoço com autoridades brasileiras no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Este será o quarto encontro entre os líderes peronista e petista. Fernández está interessado em obter apoio do Brasil, o que poderia trazer algum alívio para a situação econômica do país vizinho. Sua principal intenção é obter dinheiro, inclusive por meio de empréstimos do Banco do Brics.

A Argentina enfrenta uma das crises econômicas mais severas de sua história, e a população mais vulnerável está sofrendo com a crescente escalada de preços. A taxa de juros e a inflação estão em torno de 100% ao ano, e a moeda nacional, o peso, continua se desvalorizando cada vez mais.

Fernández tem uma grande expectativa de que Lula possa viabilizar uma linha de crédito para pagamento de exportadores brasileiros. Em teoria, o governo brasileiro pagaria aos empresários e a Argentina reembolsaria o Brasil posteriormente, mas isso ainda não foi definido oficialmente.

A urgência de Alberto Fernández também leva em conta o cenário político interno. Em outubro, o país elegerá um novo presidente. O atual mandatário não buscará a reeleição, mas busca apoiar um sucessor, que pode ser o ministro da Economia, Sergio Massa, anunciado recentemente como candidato.

Fonte: Conexão Política