Sol pode ser “bloqueado” para reduzir temperaturas; entenda

Entre as sugestões estão a inserção de objetos para refletir a radiação e o clareamento de nuvens para rebater os raios solares

A luta contra o aquecimento global tem se mostrado bastante desafiadora. São inúmeros obstáculos, desde políticos até econômicos. Mas agora uma ideia digna de Hollywood está sendo cogitada para reduzir a temperatura global, que vem batendo recordes históricos: o “bloqueio do Sol“. Cientistas dos Estados Unidos e da União Europeia estão estudando medidas para bloquear a incidência de raios solares.
No último dia 5, o Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca lançou um documento em resposta ao Congresso norte-americano relacionado à “modificação da radiação solar, também conhecida como geoengenharia solar”. Nele, os cientistas apontam que reduzir a incidência de raios solares pode ser uma ação necessária.

Entre as sugestões apontadas no documento está a inserção de objetos, tanto no solo quanto em elevadas altitudes, com alta capacidade de refletir a radiação.
Outra opção é o clareamento de nuvens, fazendo com que elas passem a rebater e não absorver os raios solares. A injeção de aerossol estratosférico e métodos baseados no espaço também são consideradas. “Todos esses métodos alterariam os fluxos de luzes de onda longa (vermelha) e onda curta (amarela)”, aponta o estudo.

Em nota, a Casa Branca afirmou que o relatório “não significa nenhuma mudança na política ou atividade do governo” e que “não há planos em andamento para estabelecer um programa de pesquisa abrangente focado na modificação da radiação solar”. O governo dos Estados Unidos ainda informou que as informações foram divulgadas unicamente para atender a uma demanda do Legislativo do país.

Representantes da União Europeia também discutem o assunto. Segundo a Bloomberg, os países do bloco analisam as implicações de segurança para intervenções de grande escala, como desviar os raios solares. Um documento elaborado pela UE aponta que o bloco “apoiará os esforços internacionais para avaliar de forma abrangente os riscos e incertezas das intervenções climáticas, incluindo a modificação da radiação solar”.

No entanto, os europeus parecem estar mais preocupados com os reflexos de tais ações. Ainda de acordo com a União Europeia, “essas tecnologias introduzem novos riscos para pessoas e ecossistemas, ao mesmo tempo em que podem aumentar os desequilíbrios de poder entre as nações, desencadear conflitos e levantar uma miríade de questões éticas, legais, de governança e políticas”.
Fonte: Olhar Digital