Tigres e lobos da Era do Gelo tinham problema nas articulações, diz estudo
Por Luisa Costa
Cães e gatos podem sofrer com dores nas articulações decorrentes de uma doença genética chamada osteocondrite dissecante (ou OCD). Agora, um trio de pesquisadores americanos afirma que a condição também pode ter incomodado os parentes extintos dos nossos pets.
Hugo Schmökel, um cirurgião ortopédico veterinário da Evidensia Academy (Suécia), e seus colegas investigaram mais de mil ossos de tigres-dente-de-sabre e 500 de lobos terríveis (também chamados de “lobos pré-históricos”) que estavam no La Brea Tar Pits & Museum, em Los Angeles (EUA).
A equipe analisou os fósseis de animais que viveram entre 55 mil e 12 mil anos atrás, descobrindo uma série de reentrâncias nas superfícies dos ossos. Eles concluíram que eram indícios da OCD, que faz fragmentos de osso e da cartilagem abaixo das articulações quebrarem devido à falta de fluxo sanguíneo.
Eles levantam a hipótese de que a doença genética pode ter se tornado mais comum perto da extinção destes animais, entre 10 mil e 12 mil anos atrás, por causa da endogamia em populações menores de tigres e lobos. O estudo foi publicado na última quarta (12), na revista PLOS One.
Ocorrência do problema
Os pesquisadores descobriram que 6% dos tigres-dente-de-sabre estudados, adultos ou jovens, tinham falhas associadas ao joelho com menos de sete milímetros. Entre os lobos, 2,6% deles apresentavam o mesmo problema na mesma articulação, com a maioria das falhas medindo mais de 12 milímetros. 4,5% deles também tinham problemas associados à OCD no ombro.
A equipe afirma que estes números são “incrivelmente altos”, visto que a taxa de ocorrência de OCD entre humanos, por exemplo, é de menos de 0,01%. A OCD raramente foi encontrada em gatos modernos. Já a frequência do problema nos ombros dos lobos seria comparável à encontrada entre grupos de cães endogâmicos.
Sabemos que a doença causa dor e prejudica a locomoção dos nossos pets. Mas não se sabe como a OCD afetou a qualidade de vida dos tigres e lobos analisados. Os pesquisadores acreditam que o problema nas articulações provavelmente não prejudicou a capacidade deles caçarem e sobreviverem.
Fonte: GizModo