Animais azuis: conheça cinco exemplos e entenda motivos por trás de coloração rara
A maioria dos animais não consegue produzir pigmentos azuis, mas alguns encontraram soluções alternativas que possibilitam coloração incomum
Uma das cores favoritas de muitas pessoas e bastante comum em paisagens, já que o oceano e o céu são azuis, essa tonalidade é bastante rara quando o assunto é o mundo animal. Embora haja uma abundância de animais verdes, amarelos e vermelhos, por exemplo, quase não existem animais azuis.
A principal razão pela qual o azul é tão difícil de encontrar é por conta da gama relativamente pequena de pigmentos que causam coloração nos animais. Algumas cores são mais comuns devido à capacidade dos bichos de produzir pigmentos desse tom, ou de absorvê-los dos alimentos que ingerem. Por exemplo, a melanina é um dos pigmentos mais comuns no mundo animal, responsável pelas cores marrom ou preta do pelo ou pelagem da maioria dos mamíferos e das penas de algumas aves. Enquanto isso, os pigmentos vermelho e laranja são produzidos por carotenoides presentes em plantas e algas, que são consumidas por animais como camarões e lagostas, proporcionando essa coloração neles.
A maioria das criaturas do reino animal, no entanto, é incapaz de produzir pigmentos azuis. A coloração azul em animais costuma ser o resultado da ingestão de alimentos ou, na maioria das vezes, de efeitos estruturais como iridescência, fenômeno óptico que faz certos tipos de superfícies refletirem as cores do arco-íris, ou reflexão seletiva, ou seja, a capacidade de absorver algumas cores do espectro solar e refletir outras. Veja aqui alguns exemplos de animais azuis.
“Dragão” azul
Glaucus atlanticus é uma espécie de nudibrânquio de aparência bizarra que se alimenta da perigosa caravela portuguesa (Physalia physalis), famosa por seus ferrões venenosos que podem matar peixes e às vezes até humanos. Sua cor azul serve como uma forma de camuflagem, permitindo que a lesma do mar se misture com o azul do oceano e dificultando a localização por predadores como aves marinhas que voam sobre a água. Além de absorverem a pigmentação que fornece sua coloração azul, esta lesma do mar também é capaz de absorver os ferrões da caravela e utilizá-los para defesa sua própria defesa ou para caçar suas presas.
Peixe-mandarim
A pele do peixe-mandarim (Synchiropus splendidus), que vive nas águas do Oceano Pacífico, contém células conhecidas como cianóforos que possuem organelas chamadas cianossomas, que produzem pigmentos azuis. Os cianóforos não são as únicas células produtoras de pigmento na pele do peixe, o que explica as listras laranja que decoram seus corpos. Devido aos seus padrões brilhantes e coloridos, os dragões mandarim são peixes populares para aquários.
Iguana azul
A iguana azul (Cyclura lewisi), endêmica da ilha de Grand Cayman, tem uma das maiores expectativas de vida de qualquer lagarto, vivendo até 69 anos. À medida que amadurecem, estes lagartos se tornam mais azuis. No entanto, os lagartos maduros têm a capacidade de mudar de cor e geralmente se tornam cinza para se misturar com as rochas encontradas em seu habitat. Uma iguana azul só se tornará azul quando entrar em contato com outros membros de sua espécie, seja para se comunicar com eles ou para estabelecer seu território.
Sapo venenoso azul
O sapo venenoso azul (Dendrobates tinctorius “azureus”) é encontrado nas florestas do sul do Suriname e no norte do Brasill. A coloração azul alerta os predadores de que ele é venenoso, fenômeno conhecido como aposematismo, causado pela estrutura das células de sua pele. A pele do sapo tem uma camada de células chamadas xantóforos, que produzem pigmentos amarelos e repousam sobre uma camada de células chamadas iridóforos. Quando a luz atinge a pele de um sapo, ela passa pela camada de xantóforos para a camada de iridóforos, que então espalham a luz azul de volta através dos xantóforos.
Gaio-azul
O gaio-azul (Cyanocitta cristata) produz melanina, o que significa deveria, em teoria, deixar suas penas escuras. No entanto, minúsculos sacos de ar nas penas do pássaro espalham a luz, fazendo com que eles se pareçam azuis aos nossos olhos. Essa dispersão de luz nas penas do gaio-azul é muito semelhante à dispersão de Rayleigh, o fenômeno responsável pela resposta à velha pergunta “por que o céu é azul?”.
As lagostas são quase sempre verdes ou marrons, mas em ocasiões extremamente raras — cerca de uma em dois milhões — uma delas é azul . Essa coloração é causada por uma mutação genética que faz com que a lagosta produza uma quantidade excessiva de uma determinada proteína que lhe confere essa cor.
Fonte: Um Só Planeta