Paleo & Arqueologia

Restos mortais de criatura de 230 milhões de anos são descobertos no Brasil

Cerca de 50 fragmentos de ossos encontrados no sul do Brasil revelam uma espécie até então desconhecida de réptil pré-histórico

Por Flavia Correia

“Edward, mãos de tesoura”. Esta é a referência usada pelo pesquisador Rodrigo Temp Müller, paleontólogo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, para falar de um réptil de garras imensas cujos restos mortais foram descobertos no ano passado em uma fazenda de arroz a 266 km de Porto Alegre.
Além das mãos enormes com unhas compridas semelhantes a espadas, que provavelmente eram usadas para caçar presas e subir em árvores, a criatura tinha um bico grande e afiado por meio do qual se alimentava de frutas, insetos e animais menores, como lagartos. Era coberto de pelos e tinha uma longa cauda.
Segundo o estudo, liderado por Müller, relatado em um artigo publicado na revista Nature, este ser pré-histórico viveu há 230 milhões de anos, no período Triássico, ao lado de dinossauros e pterossauros (répteis voadores com os quais tem certo parentesco).

Batizado de Venetoraptor gassenae, o animal tinha cerca de 70cm de altura e mais ou menos um metro de comprimento, de acordo com as análises dos cerca de 50 fragmentos de ossos, que sugerem ser de um indivíduo adulto.

Esse fóssil foi descoberto em 2022. Aí, ele passou por um processo de preparação, depois a gente analisa ele, junta dados para poder fazer a publicação, então é um estudo bem minucioso demora bastante”, explicou Müller ao G1. “Além disso, ele passa por revisão de outros pesquisadores”.

O pesquisador diz que descobertas como essa ajudam a entender como era o ecossistema na região e podem desvendar segredos ainda desconhecidos daquela época.

CAPA: Imagem conceitual do Venetoraptor gassenae, descoberto no sul do Brasil, feita pelo paleoartista Matheus Fernandes Gadelha (Foto: Reprodução Twitter)

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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