Ciência

“Olho do Saara”: como a ciência explica este fenômeno do deserto

Por Gabriel Andrade

Quem sobrevoa o Deserto do Saara se depara com uma imagem que chama a atenção. Um enorme “olho” de mais de 50 quilômetros observa quem passa pela imensidão do norte da África. Mas o que a ciência diz sobre esse fenômeno?
Os geólogos inicialmente acreditaram que o Olho do Saara, também conhecido como Estrutura Richat, era uma enorme cratera de impacto causada por objetos astronômicos.
No entanto, descobriu-se que a estrutura dessa cúpula geológica é formada por rochas sedimentares e ígneas (magnéticas). Estudos adicionais sobre a rocha que constitui a cúpula central do olho data entre um bilhão e 542 milhões de anos atrás.

Como o Olho do Saara se formou?
Em 2014, pesquisadores sugeriram que a separação do supercontinente Pangeia foi fundamental na formação do Olho de Saara. Quando o continente se separou, nem todas essas rochas teriam chegado de fato à superfície, criando várias camadas, como uma grande bolha.

Esse movimento também deu origem a falhas que circundam e atravessam o Olho do Saara. Já no centro da formação, as rochas derretidas também dissolveram o calcário, que entrou em colapso e criou rochas sedimentares.

A herança estrutural desempenhou um papel importante na história do complexo de Richat. Anisotropias pré-existentes atuaram como um caminho para a ascensão de fusões astenosféricas e subcontinentais”, disse um estudo publicado no Journal of African Earth Sciences.

Além disso, a importância do fenômeno é tamanha que em 2022 o Olho de Saara foi reconhecido como sítio patrimônio geológico pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS, na sigla em inglês).

Geografia curiosa do Saara
Além do Olho do Deserto, o Saara é lar de cerca de 2,5 milhões de pessoas. Embora seja um lugar árido e inóspito, o deserto é rico em recursos minerais valiosos, incluindo petróleo, gás natural, urânio e fosfatos.
Vários países africanos, incluindo a Líbia, a Argélia e a Nigéria, têm explorado esses recursos para financiar seus desenvolvimentos econômicos.

Fonte: GizModo

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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