Relações Internacionais

Canadá: paraíso progressista em combustão

Vendido como um lugar onde qualquer um é aceito, respeitado e pode aproveitar as mesmas oportunidades, a realidade é que o reino entrou em convulsão social.

Islã e extrema direita, uni-vos
O multiculturalismo proposto pelo frio país norte-americano tem dado seus primeiros grandes conflitos, como na união entre ultraconservadores cristãos e muçulmanos contra avanços da comunidade LGBT+, que culminou no protesto “Um Milhão Marcham Pelas Crianças”, algo parecido com a Marcha da Família no Brasil.

É de bom-tom recordar que não são todos seguidores do Alcorão que compartilham dessa visão, principalmente aqueles que vivem no ocidente. Muitos estão completamente adaptados a uma cultura liberal e até a defendem, afinal diversos refugiados e imigrantes são mulheres que se sentiam desrespeitadas em seu local de origem ou não são heterossexuais.

Mesmo assim, pela primeira vez, a abertura dos canadenses a todos foi rigorosamente abalada, tendo nos contraprotestos gritos que pediam para esses forasteiros retornarem para suas nações ou respeitarem os costumes daqueles que os acolhem, coisa que outrora era considerado insensato de se dizer por lá.

Tensões com o nacionalismo hindu
Após o assassinato de um separatista Sikh na província Colúmbia Britânica, uma minoria religiosa na Índia que debate se há necessidade de criação de um Estado próprio devido a perseguições, o primeiro-ministro Justin Trudeau declarou que o governo de Bharat poderia estar ligado ao fato.

Sua fala chocante mostra um acirramento na disputa dos países do G7 contra os do Brics+, e o chefe de governo foi duramente criticado por tão cedo apontar culpados e manchar relações diplomáticas que cresceram nos últimos 30 anos ao ponto das importações somarem mais de quatro bilhões de dólares e as exportações outros três.

Apoio irrestrito à Ucrânia, até na SS
Aproveitando a visita do presidente — e estrela pop nas horas vagas — Volodymyr Zelensky, o parlamento homenageou e aplaudiu o veterano de 98 anos Yaroslav Hunka, referido como um herói que combateu a União Soviética em favor da soberania ucraniana. O problema do ato, que teve novamente a participação de Trudeau, é que Hunka lutou em uma divisão nazista, o que enfureceu organizações judaicas e a Polônia. Com a necessidade de culpar alguém, o presidente da câmara Anthony Rota foi obrigado a renunciar.

Financiamento estrangeiro e radicalização
O dinheiro que entra através dos Estados Unidos para certas façanhas, como as manifestações dos caminhoneiros que pediam o fim das restrições pandêmicas e para influenciadores — o professor Jordan Peterson, ídolo de incels e redpills, agita a direita nesse sentido — também contribuiu para a deterioração da política, um fenômeno mundial. Muita propaganda causa polarização de pautas e mandatários, uma imitação do sistema de republicanos e democratas.

Não é possível agradar a todos
A lição que os tempos negros do Canadá ensina é que se há o desejo de misturar povos, abrindo as fronteiras para receber aqueles que precisam fugir ou que vão apenas buscar uma vida melhor, é necessário checar antecedentes e empenhar um esforço para habituar as pessoas de culturas diferentes. Se não existe a possibilidade, quando se deve escolher entre o bem-estar da própria população ou daqueles recebidos, a primeira opção sempre deve vencer, caso contrário a sociedade começa a desabar.

Erik Zannon

Erik Zannon

Erik Zannon Graduando em Relações Internacionais, quinto período, Multivix

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