São Paulo amplia frota de ônibus elétricos

Transporte menos poluente traz impactos positivos diretos para o meio ambiente, a saúde e o bem-estar da população
Por Marcia Sousa

A cidade de São Paulo ganhou 50 ônibus elétricos a bateria. Com isso, a frota do sistema de transporte público municipal por ônibus, que conta com 201 trólebus — ônibus conectados via cabo à rede de energia elétrica da cidade — e 19 movidos a bateria, passa a ter 270 veículos elétricos em circulação.
Os novos veículos movidos a energia limpa integram o projeto de renovação da prefeitura, que gradualmente está substituindo os antigos ônibus movidos a diesel por coletivos com tecnologias menos poluentes.
A meta do município é que até 2024, 20% da frota de ônibus seja formada por veículos elétricos, o equivalente a 2,4 mil ônibus. Para tanto, precisará haver um salto na adoção dos novos veículos, uma vez que hoje são quase 14 mil veículos do tipo comum.

São Paulo tem a maior frota de ônibus do País e caso o objetivo de renovação seja alcançado, a cidade terá a maior frota de ônibus movidos a energia limpa da América Latina e levará o Brasil ao ranking mundial da eletrificação, ficando atrás apenas da China.

Ônibus elétricos
Os modelos de ônibus elétricos foram adquiridos pelas concessionárias Transwolff, Transpass e Campo Belo, que passarão a atender a capital paulista. As empresas firmaram contrato com a Enel X, linha de negócios do Grupo Enel, para a disponibilização dos veículos e infraestrutura de recarga necessária nas garagens. Segundo a prefeitura, os ônibus elétricos terão suas baterias carregadas nas garagens durante a noite e a autonomia permitirá que operem durante todo o período diurno.

Os ônibus incluídos pelas concessionárias são dos modelos Básico e Padron. O Básico tem capacidade para 69 a 70 pessoas, sendo 27 sentados. Já o Padron opera com capacidade para 92 a 93 passageiros, sendo 38 sentados. Ambos possuem área para pessoas com deficiência.

Há ainda um ônibus articulado de 21,50m. Os modelos são fabricados pela Eletra com carroceria Caio e tração elétrica WEG, além de veículos com chassis Mercedes Benz e Scania, fabricados no Brasil. Também foi apresentado um veículo português, fabricado pela CaetanoBus, com tração elétrica Siemens.

Transporte limpo
Em 2022, a prefeitura de São Paulo proibiu a compra de novos ônibus movidos a diesel para fazer o transporte público na cidade. Em nota, a gestão explicou que o objetivo é cumprir a Lei de Mudanças Climáticas, que prevê a queda pela metade nas taxas de emissão de gás carbônico fóssil até 2028.

A adoção de um transporte coletivo com ônibus elétricos resulta em impactos positivos diretos para o meio ambiente, a saúde e o bem-estar das pessoas. “Cada ônibus elétrico em circulação evita a emissão de cerca de 118 toneladas de CO₂ na atmosfera por ano e reduz significativamente a poluição sonora nas cidades, já que os veículos elétricos não emitem ruídos. Esse é um avanço importante para impulsionar a descarbonização do transporte público urbano em São Paulo”, afirma a Enel em nota.

A presença dos ônibus elétricos tem uma grande vantagem de retirar do ar toneladas de gases que causam efeito estufa e, principalmente, por retirar do ar principalmente o enxofre, nocivo à nossa saúde. É muita coragem e muito esforço da Prefeitura, da Câmara Municipal, dos técnicos, do povo de São Paulo nesse investimento que vai transformar a cidade em exemplo para o mundo”, destaca o secretário executivo de Mudanças Climáticas, Gilberto Natalini.

Os ônibus elétricos representam uma redução de ao menos 50% nos custos de manutenção e de pelo menos 65% nos custos com combustível, na comparação com veículos movidos a diesel, segundo estimativas da Enel X e dos fabricantes de ônibus elétricos do mercado. A economia significativa nos custos com a eletrificação a médio e longo prazos torna a ampliação da frota competitiva economicamente.

Fonte: CicloVivo