Relações Internacionais

Egito, como o imperialismo ainda destrói países

Os americanos fingem se opor ao governo de el-Sisi, todavia doaram U$$ 575 milhões em ajuda militar e vendeu U$$ 197 milhões em armas ao governo. A justificativa é a nação ser uma grande aliada fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), já nessa frase se percebe que enquanto o autoritário servir aos interesses internacionais dos EUA, a violação de direitos humanos é um problema secundário.

O líder
Abdel Fattah el-Sisi foi militar, treinou no Reino Unido e nos Estados Unidos e, após a revolução colorida de 2011, se tornou ministro da Defesa de Mohamed Morsi. Em 2013, seguida uma onda de protestos, o próprio Morsi foi alvo de um golpe de Estado e abriu caminho para a controversa eleição de Abdel para a presidência em 2013 e a posterior fraude eleitoral de 2018. Durante seu mandato, el-Sisi conseguiu se aproximar do ocidente e até de Israel, enquanto também houve melhores nas relações diplomáticas com a Rússia.

Que comam brioches
Em um discurso, Abdel declarou que se o preço do progresso, prosperidade e desenvolvimento for fome e sede, os egípcios devem aceitar e não se levantar contra esse possível futuro, ao mesmo tempo em que constrói uma nova capital administrativa — a ser nomeada — com um custo que já ultrapassa U$$ 59 bilhões.

El-Sisi parece aquelas figuras caricatas que os iluministas criaram dos governantes da idade média. Perverso, comilão, fez um culto à personalidade, persegue seus opositores e, à medida que publicamente não se importa com as necessidades básicas de sua população, gasta bilhões para edificar um novo palácio presidencial.

A subserviência aos americanos é mostrada quando depois de reuniões com a Autoridade Nacional Palestina, outros países do oriente médio e o Brasil, a preferência foi discutir corredores humanitários para o povo afetado pela guerra entre Hamas e Israel com Joe Biden. O simulacro de Faraó disse que não aceitará refugiados palestinos e eles podem ser deslocados para o deserto de Negev, uma área inóspita. Óbvio que para parecer moderado, ele tenta dar desculpas de que evacuar seria destruir a ideia de um Estado palestino e rejeita propostas dos sionistas, porém de sensato não há nada e é impossível acreditar que a relação de Cairo com Washington e Tel Aviv esteja tão fragilizada como o teatro midiático parece dissimular.

Um caso italiano
Aqueles que pensam que combater a interferência nociva de grandes potências é uma pauta esquerdista não poderiam estar mais enganados, a direita alternativa participa dessa luta. Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, em um programa de televisão, elucidou sobre a moeda neocolonial Franco CFA que só começou a ser substituída na África em 2019. Denunciou, também, a exploração que a França continua a empregar contra suas ex-colônias, nações pobres onde reina o trabalho infantil, e como metade de toda a exportação desses países fica nos cofres franceses. Esse argumento foi usado para dizer que a solução não é receber imigrantes, mas sim liberar o continente de certos europeus e permitir que as pessoas vivam das riquezas que as terras têm.

Erik Zannon

Erik Zannon

Erik Zannon Graduando em Relações Internacionais, quinto período, Multivix

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish