Internacional

DeSantis, Ramaswamy e o futuro da direita americana

Não importa se Donald Trump salvou ou destruiu o Partido Republicano, já que ele pode exercer apenas mais um mandato se eleito novamente. Novas lideranças estão no jogo e convém saber quem são.

O governador
Ron DeSantis tem 45 anos e cumpre atualmente seu segundo mandato no estado da Flórida. Foi reeleito com 20% de vantagem e antes congressista durante três legislaturas. Entre as realizações do governo do veterano de guerra no Iraque, endureceu as leis contra o aborto, descentralizou a educação para a esfera municipal, lutou a favor do direito ao armamento civil, foi contra iniciativas de cortar o orçamento da polícia, tomou medidas ambientalistas, passou leis contra a doutrinação progressista nas escolas, proibindo discussões raciais e sobre sexualidade e baniu transgêneros de participarem de competições esportivas femininas nas escolas e universidades.

Confrontado sobre preconceito, disse que não carrega nenhum tipo de discriminação, seja contra LGBTs ou religiosos. Além disso, tentou regular as redes sociais no estado para que não pudessem manipular o alcance ou remover perfis de políticos que as Bigtechs se opõem.

Na imigração, o governador destinou $12 milhões a alocar estrangeiros ilegais para outros estados e apoia o endurecimento das leis sobre o assunto. Ron rejeitou sua aposentadoria de congressista, concorda que esse privilégio seja extinto e é favorável a um limite de mandatos: três para congressistas e dois para senadores.

DeSantis é contra o direito de voto para criminosos e propôs cédulas em espanhol para assegurar o direito dos latinos. Ademais, quis limitar o sufrágio através dos correios.

O indiano
Vivek Ramaswamy, de 38 anos, é um empresário e considerado um dos fundadores intelectuais do movimento de combate à cultura woke. Desde 2020, ele escreve e palestra sobre os problemas da teoria do racismo estrutural, da censura das redes sociais e do capitalismo de stakeholders. Quer a revogação de uma lei que força os presidentes a gastarem todo o dinheiro que o congresso aloca.

Jovem e com ideias arejadas, pode agradar uma ala do partido republicano cansada do neoconservadorismo e do trumpismo, desejando concorrer com um espírito empreendedor, ideias inovadoras e poucas expectativas, visando conquistar seguidores importantes que o levarão à presidência.

Alguns analistas o veem como um candidato minoritário da internet como o democrata Andrew Yang em 2020. Outros creem que Vivek um dia chegará a disputar a Casa Branca.

Cenário
Hoje, o ex-presidente Donald Trump é favoritíssimo nas primárias, portanto dificilmente não será ele o escolhido para as presidenciais de 2024. A estratégia correta é não comprar e nem rejeitar totalmente o movimento Make America Great Again, porém por óbvio apoiá-lo e ir conquistando público, algo que os dois líderes têm tempo, disposição e talento para fazer.

Donald Trump, Ron DeSantis e Vivek Ramaswamy (Foto: Getty Images/Montagem: F&N)

Erik Zannon

Erik Zannon

Erik Zannon Graduando em Relações Internacionais, quinto período, Multivix

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