Saúde

Vacina contra fentanil será testada em humanos a partir de 2024

O imunizante deve proteger usuários de heroína e fentanil, reduzindo os índices de óbito em decorrência de overdose

Por Alisson Santos

Em busca de alternativas para conter o aumento desenfreado de dependentes químicos nos Estados Unidos e Canadá, cientistas da Universidade de Montana (EUA) desenvolveram uma vacina contra fentanil e heroína — que deve reduzir o efeito dessas substâncias no corpo. A vacina será testada em humanos a partir de 2024.
O fentanil é um medicamento anestésico do grupo dos opioides usado para alívio da dor. Nas últimas duas décadas, mais de 600 mil óbitos foram registrados em decorrência do uso excessivo dessa substância.

O fentanil é considerado o opioide mais forte disponível para uso médico em seres humanos, com cerca de 100 vezes a potência da morfina. É altamente valorizado pelos seus efeitos analgésicos e sedativos e amplamente utilizado no tratamento de dor e anestesia severas”, descreve o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Ainda segundo o UNODC, o fentanil alterou drasticamente o mercado de opioides na América do Norte. Em 2021, por exemplo, a maioria das quase 90 mil mortes por overdose relacionadas a opioides, apenas na América do Norte envolveu fentanil fabricado ilegalmente.

Publicado no NPJ Vaccines, o estudo aponta que o imunizante pode proteger usuários de heroína e fentanil, reduzindo os índices de óbito em decorrência de overdose. Ela atua induzindo o sistema imunológico a criar anticorpos capazes de reconhecer as moléculas presentes nesse medicamento — evitando a sensação de prazer causada pelo opioide.

As vacinas contendo haptenos à base de fentanil conjugados com proteínas transportadoras imunogênicas oferecem uma estratégia duradoura, segura e econômica para proteger os indivíduos contra overdose após exposição acidental ou deliberada ao fentanil e seus análogos”, descreve o estudo.

Até o momento, as vacinas foram testadas somente em ratos e porcos. Com os testes em humanos, a equipe tem receio de que os dependentes migrem seus vícios para outras substâncias — por não sentirem mais prazer com fentanil e heroína.

Fonte: Olhar Digital

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