O que explica a inanição crônica política e econômica de Fundão?

Sob as garras do socialista Renato Casagrande, município patina desde sempre e não consegue sair da inanição política e econômica

Conservadora, defensora da família, dos princípios morais e religiosos, a população de Fundão mostrou isso na eleição presidencial de 2022, depositando sua confiança no candidato liberal, Jair Messias Bolsonaro. Embora tenha demonstrado esse viés direitista nas majoritárias, a situação se inverte nas primárias, quando foi eleito um prefeito de tendências esquerdistas.
Fundão, por décadas, sofre de inanição econômica e política em consequência da falta de qualidade e de preparo dos gestores que sempre estiveram à frente da administração do município. É quase inacreditável que um município rico, em todos os sentidos, não consiga se sobressair como seus vizinhos. Talvez, Fundão seja o patinho feio entre os municípios que compõem a Região Metropolitana da Grande Vitória.
Mas o que explicaria essa inanição crônica do município? Puxando pela memória, num tempo não muito distante, quem não se lembra dos casos de improbidade administrativa, de concessões irregulares de ticket alimentação para servidores e de suspensão de candidaturas feita pelo Ministério Público (MP), de prisões, compras de poltronas massageadoras pela Câmara e de suspeitas de irregularidades em obras de escolas da rede de ensino e tantas outras, envolvendo vereadores, secretários e prefeitos?

Pois bem, pasmem, muitos desses que estiveram nas páginas policiais da imprensa capixaba, e até nacional, vergonhosamente, mesmo com seus currículos de vida pública carimbados pela justiça, são citados nos corredores da política local como apoiadores de candidatos nas próximas eleições e, até mesmo, como solução para Fundão. Seria cômico, não fosse trágico!

A arapuca está armada… Veja que, assim como o casamento do PT e do PSDB em eleições anteriores para presidente, em Fundão não é diferente. A mesma estratégia usada pela esquerda nacional está sendo mantida para as primárias de 2024. Percebam que o atual prefeito, Gilmar Borges (PSB), e seu suposto opositor Eleazar Lopes (Podemos) — hoje ocupando cargo no governo estadual — pretendem se manter no poder, independente do resultado.

Nessa trama não existe derrotado, exceto a população de Fundão, haja vista que ambos são ferramentas de poder alinhadas ao socialista Renato Casagrande e que defendem pautas do governo federal como descriminalização do aborto e das drogas, aumento de impostos, defesa do assistencialismo e poucos ou nenhum projeto de geração de empregos, tornando a população mais dependente do poder público, tal como a Venezuela, Cuba e outros países socialistas fracassados.

Curiosamente, nesse cenário, existe um personagem que está à margem da administração do município desde 2020. Me refiro ao bem-sucedido empresário do segmento imobiliário e vice-prefeito, Murilo Coutinho. Filiado ao Cidadania, também da ala esquerda e imobilizado pelo prefeito Gilmar Borges, Murilo vem recebendo propostas para embarcar no Partido Liberal (PL) e compor o grupo de construção que, segundo o presidente estadual, senador Magno Malta, lançará candidato a prefeito não somente em Fundão, mas em todos os 78 municípios capixabas.

Para o presidente do diretório municipal do PL, Francisco Forrechi, escolhido a dedo pelo senador Magno Malta, a proposta do partido em lançar candidatos próprios cai como uma luva para Fundão.

A proposta do partido para Fundão é resgatar a credibilidade do município que, há anos, vem sendo deixada de lado pelo poder público e agora é a grande oportunidade da população ter uma administração conservadora, de direita. O município tem potencial turístico e áreas para implantação de um complexo industrial para geração de milhares de empregos. Foi pensando nessas deficiências que vimos a necessidade de lançar um candidato que compartilha com as pautas liberais, que tenha um currículo técnico e bom trânsito no meio público. Estamos conversando com empresários e lideranças que até o momento estão aceitando bem essa possibilidade e apresentando sugestões, o que é muito bom, afinal, estamos construindo um grupo com cara nova para administrar o município”.

Para Forrechi, a direita nunca esteve presente em Fundão, que sempre esteve sob controle da esquerda, mas “graças ao nosso eterno presidente Bolsonaro, a direita se tornou o maior partido no País e fará uma grande diferença depois das eleições. Fundão não pode continuar mais refém da esquerda. Temos um prefeito da esquerda e pré-candidatos também de esquerda, por essas e outras questões é que nós, conservadores, iremos pra cima. Faremos uma chapa forte para vereadores e não abriremos mão de lançar candidato a prefeito no município”, enfatiza.

Segundo Forrechi, o poder público não produz riqueza e Fundão reflete muito bem essa realidade ao não explorar com responsabilidade os recursos naturais e belezas que existem lá.
O município tem uma agricultura pujante e que está esquecida, existe uma área para implantação do complexo industrial que não consegue decolar por incompetência das gestões e a prefeitura não pode servir apenas para cabide de empregos. É necessário atrair empresas e isso só será possível com incentivos e uma gestão técnica. Qualquer coisa fora dessa linha de raciocínio é populismo, marca registrada da esquerda”, afirma.
