Ciência

Lançamento de “libélula robótica” para lua de Saturno é adiado pela Nasa

A maior lua de Saturno, Titã, pode conter pistas sobre o início da vida na Terra — o que será investigado pela sonda Dragonfly, da Nasa

Por Mateus Dias

A Nasa definiu uma nova data provisória para o lançamento da sonda Dragonfly para Titã, a maior lua de Saturno. A missão da “libélula robótica” estava prevista para ser lançada em 2027. No entanto, os planos foram adiados em um ano, ficando, por enquanto, para julho de 2028.
A espaçonave tem sido construída pelo Laboratório de Física Aplicada da Johns Hopkins (APL) da agência, em Laurel, no estado norte-americano de Maryland, e irá investigar Titã a partir de câmeras e sensores, além de coletar amostras. O objetivo é determinar a composição e a geologia da superfície da lua e avaliar sua habitabilidade.
O motivo do adiamento foi anunciado pela diretora da divisão de ciência planetária da Nasa, Lori Glaze, durante a reunião do Grupo de Avaliação de Planetas Externos (OPAG, na sigla em inglês). Segundo ela, a confirmação formal da missão, o custo oficial e a data foram reavaliados devido às incertezas de quanto orçamento estaria disponível para o projeto nos próximos dois anos.

Devido a essas incertezas incrivelmente grandes no financiamento e nos orçamentos dos exercícios financeiros de 2024 e de 2025, foi tomada a decisão de adiar a confirmação oficial da Dragonfly”, disse Lori Glaze, diretora da divisão de ciência planetária da Nasa.

A expectativa dos pesquisadores é que a Nasa avalie oficialmente a data de preparação para o lançamento da missão em meados de 2024, provavelmente entrando na proposta de orçamento da agência no ano financeiro de 2025. Até lá, alguns elementos do projeto e produção final do equipamento serão atrasados, enquanto outros prosseguem.

Maior lua de Saturno pode conter pistas sobre o início da vida na Terra

Ilustração artística 3D mostra o conceito do drone robótico Dragonfly, projetado pela NASA para estudar a lua Titã, de Saturno (Foto: Nasa/JHU-APL)

A investigação da lua Titã é considerada alta prioridade pelos cientistas. Ela tem uma atmosfera cerca de quatro vezes mais densa que a da Terra, e em sua superfície correm rios e mares formados por hidrocarbonetos líquidos provenientes de chuvas de metano, em vez de água — que também se acredita existir por lá em oceanos subterrâneos.

Além disso, sua atmosfera é rica em nitrogênio e apresenta um ciclo de hidrogênio parecido com o da Terra, isto, junto com a potencial presença de materiais orgânicos complexos congelados na superfície gelada daquela lua, que é um dos mais de 140 satélites naturais de Saturno. Essas características fazem desse objeto um bom alvo para se investigar, motivo pelo qual receberá a libélula robótica, que poderá encontrar pistas sobre o início da vida na Terra.

Se tudo corresse de acordo com o plano inicial, a missão Dragonfly (libélula, em inglês) chegaria em Titã em 2034, pousando no campo de dunas de Shangri-lá, perto da Cratera Selk, local descrito pelos pesquisadores como “área cientificamente notável” digna de exploração. Agora, a data desse pouso ainda é desconhecida, a depender da definição do lançamento.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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