Internacional

Líder da oposição no Chade é assassinado

Em um confronto armado com as forças de segurança do Chade, Yaya Dillo, um destacado opositor do líder militar Mahamat Déby, foi morto, conforme relatado pelas autoridades locais. O incidente ocorreu após acusações do governo contra Dillo por um ataque letal à principal agência de segurança nacional, acusações essas que ele veementemente negou.

O conflito
Na capital N’Djamena, disparos intensos ressoaram nas proximidades do quartel-general do partido de Dillo na última quarta-feira. Dillo, primo do presidente Déby, enfrentava a possibilidade de ser o principal concorrente de Déby nas eleições presidenciais previstas para seis de maio, com o objetivo de restabelecer a governança constitucional no país centro-africano. Desde 2021, Déby ocupa o cargo presidencial, sucedendo seu pai, que foi assassinado por revolucionários após um longo período de três décadas no poder.

Líder do Partido Socialista Sem Fronteiras (PSF), Dillo foi apontado como um forte candidato na corrida eleitoral antes de seu trágico falecimento. Abderaman Koulamallah, Ministro das Comunicações, informou à AFP que Dillo faleceu na sede de seu partido, onde havia se refugiado e resistido à prisão, abrindo fogo contra a polícia.

O episódio resultou em mais 12 baixas, segundo fontes oficiais. Desde o ataque mencionado à Agência de Segurança Nacional (ANSE), o Chade enfrenta uma interrupção significativa nos serviços de telefonia móvel e internet.

Amaury Hauchard, jornalista reconhecido de N’Djamena, expressou à BBC que a morte de Dillo suscitou incertezas quanto à viabilidade das eleições presidenciais ocorrerem conforme planejado. Ele também destacou que, por um período de 24 horas, a conectividade à internet foi severamente limitada, com exceção de alguns hotéis.

O PSF contesta a narrativa oficial, alegando que foram eles os alvos dos ataques. A tentativa de recuperar o corpo de Ahmed Torabi, membro do partido, por soldados, culminou em violência. Torabi havia sido detido e morto a tiros na terça-feira, e seu corpo foi abandonado nas imediações da ANSE. O governo, por sua vez, acusou Torabi de tentar assassinar o presidente da Suprema Corte.

Este não é o primeiro conflito violento envolvendo Dillo e as forças de segurança. Em 2021, durante sua campanha presidencial contra Idriss Déby, pai do atual presidente, um ataque das forças estatais resultou na morte de sua mãe, filho e outros três parentes. O PSF afirma que o objetivo era capturar Dillo, enquanto o governo contestava o número de vítimas reportado pelo partido.

Erik Zannon

Erik Zannon

Erik Zannon Mestrando em Ciências Políticas pela Universidad Europea del Atlántico; Graduado em Relações Internacionais e Graduando em História pela Multivix

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