Saúde

Vacina experimental contra o HIV gerou anticorpos em humanos

Cientistas dos EUA testaram o imunizante em ensaio clínico de fase 1 e vacina contra o HIV se mostrou promissora, embora precise de ajustes

Por Bárbara Giovani

Uma vacina contra o HIV, o vírus causador da aids, foi desenvolvida no Duke Human Vaccine Institute, nos Estados Unidos. E, em ensaio clínico, o imunizante mostrou que tem potencial de combater o microrganismo. Em geral, a vacina contra o HIV desencadeou um tipo de anticorpo amplamente neutralizante contra o vírus. Os resultados foram publicados na revista Cell. Por enquanto, os pesquisadores realizaram apenas um ensaio clínico de fase 1, o que significa que ainda há mais etapas de teste do imunizante.

Este trabalho é um grande avanço, pois mostra a viabilidade de induzir anticorpos com imunizações que neutralizam as cepas mais difíceis do HIV”, diz Barton Haynes, autor sênior do estudo.

De acordo com o estudo, a vacina desenvolvida visa uma área no envelope externo do vírus HIV-1. Chamada região externa proximal da membrana, ou MPER, essa região permanece estável mesmo quando há mutações do vírus. Dessa forma, os anticorpos da vacina seriam eficazes no combate do vírus em suas várias cepas que circulam por aí.

No ensaio clínico, participaram 20 pessoas HIV negativas, que também não tinham outros problemas de saúde. No total, 15 deles receberam quatro doses da vacina contra o HIV, enquanto outras cinco receberam três doses. Segundo o estudo, após apenas duas doses, os participantes tiveram uma taxa de resposta à vacina de 95%. Além disso, também tiveram retorno de células T CD4+ no sangue que corresponde a 100%.

Os cientistas usam esses dois indicadores para medir a ativação imunológica e esses resultados mostram que a vacina teve uma forte resposta no organismo. Dessa forma, anticorpos amplamente neutralizantes foram induzidos após apenas duas doses.

Para obter um anticorpo amplamente neutralizante, uma série de eventos precisa acontecer, e isso geralmente leva vários anos após a infecção. O desafio sempre foi recriar os eventos necessários em um período mais curto”, explica o autor principal do estudo, Wilton Williams.

Em geral, os pesquisadores observaram que a produção de anticorpos aconteceu apenas em semanas. Além disso, as células imunológicas cruciais permaneceram em um estado de desenvolvimento durante esse tempo. Isso permite que elas continuem adquirindo mutações, de forma que possam evoluir junto com o vírus, que está em constante mudança.

Contudo, os pesquisadores interromperam o ensaio clínico após um participante ter uma reação alérgica à vacina. A resposta foi leve, não fatal e, segundo os cientistas, provavelmente em reação a um aditivo presente no imunizante. Agora os pesquisadores pretendem continuar trabalhando na vacina contra o HIV, a fim de encontrar uma versão que consiga atingir mais regiões do envelope do vírus. De acordo com eles, uma vacina eficaz contra o HIV provavelmente terá pelo menos três componentes, todos voltados para regiões distintas do vírus.

Fonte: Giz Brasil

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