Pesquisadores criam novo vidro autolimpante e que filtra o calor
Esse vidro teve um resfriamento de seis graus em relação à temperatura ambiente, em experimentos no laboratório e em lugares abertos, segundo os pesquisadores
Por Pablo Nogueira
É difícil imaginar a existência de um vidro autolimpante, que recebe menos calor, com menos visibilidade, mas que consegue iluminar melhor o ambiente pelas propriedades físicas do material. No entanto, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT), na Alemanha, desenvolveram um metamaterial com essas características, que pode substituir o vidro em janelas e fachadas.
O vidro é um dos materiais mais utilizados para construção, mas existem alguns empecilhos como a absorção de calor e a necessidade de usar cortinas ou persianas para manter a privacidade devido à transparência. Além disso, diversos objetos feitos de vidro, ou que possuem vidro, precisam de limpeza frequente.
O “metamaterial multifuncional microfotônico baseado em polímero”, ou PMMM, é o material que consegue substituir o vidro como revestimento, sendo mais transparente e conseguindo filtrar melhor o calor. E, vale lembrar, é autolimpante.
Os pesquisadores detalharam esse metamaterial em um estudo publicado em maio, na revista Nature. Eles revelam que o PMMM teve um resfriamento de seis graus em relação à temperatura ambiente, em experimentos no laboratório e em lugares abertos. Isso ocorre pelo resfriamento radioativo, ou refrigeração passiva, quando o material consegue irradiar calor para o espaço.
Vidro privativo
Além disso, o material mostrou uma alta transmitância espectral de 95%. Em comparação, o vidro normalmente tem uma transmitância de 91%. Ao mesmo tempo, o vidro espalha 73% da luz solar recebida, resultando em uma aparência “embaçada”. Isso significa que ele pode ser usado em janelas sem a necessidade de cortinas, promovendo privacidade para moradores, e sem impactar na iluminação do ambiente.
Assim como todo metamaterial, esse vidro é formado por unidades menores. No caso do PMMM, são micropirâmides. São elas que fazem o vidro ser autolimpante. Isso porque elas possuem uma estrutura rugosa que mantém uma camada de ar embaixo de qualquer partícula de água, que escorrem lavando poeira ou sujeira. De acordo com os pesquisadores, em breve, o material pode estar presente em diferentes cenários, como projetos arquitetônicos mais sustentáveis.
Fonte: Giz Brasil