Internacional

Milei recebe medalha na Alemanha por “tirar os grilhões” da população

“O seu principal oponente chama-se marxismo cultural, uma vez que o socialismo puramente econômico de Karl Marx foi há muito liquidado em nível teórico e prático”, comentou o presidente da Sociedade Hayek

O presidente da Argentina, Javier Milei, recebeu, no último sábado (22), na cidade de Hamburgo, no norte da Alemanha, uma medalha da neoliberal Sociedade Hayek, que considera que o governante está liderando uma mudança fundamental de rumo para “tirar os grilhões” da população e “restaurar a esperança”.
O presidente argentino foi recebido de pé por cerca de 200 pessoas, que aplaudiram e gritaram “liberdade” no hotel Hafen da cidade portuária, onde recebeu uma medalha do presidente da Sociedade Hayek, o diretor do Instituto de Estudos Econômicos de Kiel (IfW), Stefan Kooths, na presença de sua irmã, Karina.

“Você defende uma mudança fundamental de rumo sem promessas populistas, de soluções baratas”, declarou Kooths, que sustentou que, em vez disso, Milei, “sem a atitude paternalista de um Estado opulento em constante expansão, tira os grilhões que impedem as pessoas de ajudarem a si mesmas”.

O presidente da Sociedade Hayek elogiou Milei como “um dos raros pioneiros que felizmente aparecem nos momentos de maior necessidade para dar a um país devastado a oportunidade de sair do beco sem saída ao qual foi conduzido pelo intervencionismo”.

“Você não é um populista, mas um divulgador das ideias do livre mercado”, disse Kooths, que destacou que a luta empreendida pelo presidente argentino não está acontecendo apenas no nível econômico, mas também no nível cultural.

O seu principal oponente chama-se marxismo cultural, uma vez que o socialismo puramente econômico de Karl Marx foi há muito liquidado em nível teórico e prático”, comentou o presidente da Sociedade Hayek, que também criticou “o niilismo igualitário, as fantasias das políticas identitárias, os equivocados caminhos pós-coloniais e o feminismo radical”, entre outros. “Você pode ser politicamente incorreto, mas acima de tudo você é correto politicamente”, brincou Kooths.

A Sociedade Hayek tem sido alvo de críticas na Alemanha nos últimos anos por sua recusa em distanciar-se de figuras de direita, como a deputada da Alternativa para a Alemanha (AfD), Beatrix von Storch, que está entre os seus membros. Entre os presentes no evento de hoje estava o polêmico ex-chefe dos serviços secretos alemães, Hans-Georg Maaßen.

“Socialistas são violentos porque nossa receita está funcionando”, diz Milei
Javier Milei afirmou, ainda na Alemanha, que venceu a batalha contra os socialistas em seu país, que ficaram violentos porque sua receita liberal para reduzir a inflação e impulsionar a recuperação econômica está funcionando. “Não só travamos a batalha cultural, mas agora estamos levando a cabo na prática. A razão pela qual os socialistas são tão violentos é porque está funcionando e eles estão falhando”, disse Milei no seu discurso de aceitação da medalha que lhe foi concedida na cidade de Hamburgo pela neoliberal Sociedade Hayek.

Milei ressaltou que herdou do governo anterior um déficit fiscal de 15% do PIB — cinco pontos no Tesouro e dez no Banco Central — além de uma inflação que estava em um ritmo anual de 17.000%, com uma inflação no atacado de 54%. “Na última observação era de 3,5%”, ou seja, cerca de 50% anual, disse o presidente argentino, que admitiu que o valor ainda é muito elevado, mas, comparado com os anteriores 17.000%, “é uma conquista enorme”.

Decidimos fazer um ajuste. Hoje digo que seis meses depois fizemos o maior ajuste fiscal da história” da Argentina, destacou Milei. O mandatário argentino explicou que sua equipe não realizou expropriações nem introduziu controles de preços, diretos ou induzidos, nem controlou a taxa de câmbio.

“Obviamente que isto não seria isento de custos. Mas sempre dissemos às pessoas na cara que não havia dinheiro, que ia ser difícil, que o começo ia ser complicado, mas que, se fizéssemos dessa forma, começaria a haver bons resultados”, frisou. Milei ressaltou ainda que fez tudo isso defendendo com paixão suas ideias, apesar de “a política não ter nos acompanhado”.

“Era uma máquina impeditiva o tempo todo. Não só não nos ajudaram, como também tentaram dar um golpe de Estado desde o primeiro momento”, criticou, afirmando ainda que, apesar de todos os obstáculos, dos ataques de desestabilização, “estamos saindo com sucesso”.

Em seu discurso em Hamburgo, enfatizou que a Lei de Bases, seu principal projeto e que estabelece o quadro jurídico para a profunda transformação do modelo econômico e social da Argentina, é a “maior reforma estrutural” desde a de Carlos Menem, que marcou os anos 1990 no país sul-americano, ou na verdade “cinco vezes maior”.

Nesse sentido, declarou que “estamos vencendo toda a casta política da Argentina, graças às ideias de liberdade”. O presidente argentino também se mostrou convencido de que com as reformas estruturais o país dará um salto no índice de grande liberdade econômica, “semelhante ao que a Alemanha ou a França têm”.

Mas queremos mais liberdade econômica”, ressaltou, projetando ser como a Irlanda e depois “o país mais livre do planeta”.

Fonte: Epoch Times Brasil

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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