Educação

Como é o cérebro da criança de quatro anos na escola?

Uma pesquisa realizada por cientistas britânicos e americanos relatou que na idade de dois e quatro anos, o cérebro infantil possui uma “janela de formação” que corresponde a um período em que as crianças estão abertas a receber, internalizar e desenvolver um certo tipo de conhecimento: o aperfeiçoamento da linguagem. As crianças de quatro anos estão cheias de energia e cada vez mais coordenadas. Elas conseguem correr, pular, subir e descer escadas com mais confiança.
As habilidades motoras finas também estão se aprimorando, permitindo que segurem lápis corretamente, cortem papel com tesoura e montem quebra-cabeças simples. O desenvolvimento cognitivo também apresenta mudanças significativas, como a capacidade de inventar palavras, músicas e rimas; conhecer muitas letras do alfabeto; falar fluentemente, com frases completas; em muitos casos, escrever o próprio nome; distinguir o hoje, o ontem e o amanhã; compreender rotinas; organizar objetos em ordem de tamanho etc.

O cérebro de uma criança de quatro anos está em desenvolvimento e apresenta algumas características, como:
Sinapses:
o cérebro de uma criança de quatro anos já atingiu 80% do tamanho do cérebro de um adulto e formou 15.000 sinapses.
Plasticidade: o cérebro infantil é muito plástico, o que significa que a criança absorve tudo o que vê, ouve e vive, sem os filtros da experiência e maturidade.
Emoções: o cérebro da criança é dominado pelas emoções, e ela tende a comunicar sentimentos por meio de gritos, choros e acessos de raiva.
Impulsividade: a criança de quatro anos ainda é impulsiva, e a parte primitiva do cérebro assume o controle em situações de raiva.

Para estimular o cérebro da criança, é importante proporcionar experiências positivas, como brincadeiras, música, dança, leitura compartilhada, e demonstrações de afeto. O desenvolvimento de soluções educacionais tem sido pautado na neurociência. A neurociência indica que até os seis anos de idade, as crianças desenvolvem 90% das suas conexões cerebrais. Nesse período, é importante que a escola potencialize o desenvolvimento das crianças, estimulando-as a partir de atividades que envolvam música, dança, leitura, encenações, faz-de-conta, artes visuais, desenho, pintura e investigações na natureza.

Logicamente, os educadores conseguem perceber como as crianças pequenas têm uma extraordinária capacidade para aprender, tanto que a aprendizagem na idade infantil é fundamental para preparar o aluno para o restante da sua vida escolar e consideramos que esse é um fator-chave para melhorar a educação em todo o mundo.

Para aplicar a neurociência na educação infantil, é possível: priorizar acolhimento e bem-estar emocional, valorizar o aprender brincando, estimular a interação com diferentes materiais, propor experiências sensoriais. É comum observar um avanço na coordenação motora fina, o que pode facilitar atividades como desenhar, recortar e manusear objetos pequenos. Desenvolvendo habilidades motoras (usar tesoura; pegar talheres com mais destreza; segurar a bola com as duas mãos quando está em movimento) cognitivas (inventar palavras, músicas e rima, conhecer muitas letras do alfabeto, falar fluentemente, com frases completas, escrever o próprio nome, distinguir o hoje, o ontem e o amanhã, compreender rotinas) e sociais.

A criança nessa fase já fala bem muitas palavras, gosta de contar e inventar histórias. Já consegue também identificar algumas letras e números. A criança nessa idade também já é mais independente, e gosta de tomar as próprias decisões. Sempre que possível, dê autonomia para ela, respeitando o que ela consegue fazer. A escola desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças em relação ao ativar as redes de neurônios associadas à memória ensinando esse cérebro a encontrar caminhos para a melhor aprendizagem. E tudo isso acontece na prática dentro da sala de aula.

Os estímulos recebidos pelas crianças na escola e as experiências que elas vivenciam durante todo período educacional fases são determinantes para que alcancem todo o seu potencial para a vida toda. Investir na primeira infância traz benefícios para toda a sociedade. Precisamos investir em políticas públicas, para que esse retorno seja mais significativo na fase pré-escolar do que em qualquer outra etapa da vida. Que promovam seu pleno desenvolvimento e se queremos uma sociedade mais justa, investir na primeira infância é poder mudar não só a situação das crianças, mas de toda a sociedade.

Léia Flauzina

Léia Flauzina

Psicopedagoga, Neuropsicopedagoga, Especialista em Autismo, Neurociência, Aprendizagem e Mestre em Educação, Escritora, Palestrante e Neuroterapeuta

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