Cientistas revelam o mapa mais preciso do fundo do mar
Em um ano, os cientistas superaram décadas de trabalho de mapeamento submarino usando dados de satélite da Nasa
Por Pablo Nogueira
Cientistas do satélite SWOT (Topografia de Águas da Superfície e do Oceano), da Nasa, criaram o mapa mais preciso do fundo do mar. De acordo com um estudo publicado na revista Science, esse mapa pode avançar significativamente pesquisas em biodiversidade, placas tectônicas e fenômenos como tsunamis.
Tradicionalmente, sonares em navios eram os principais métodos para mapeamento do fundo do mar. Apesar dos esforços para o projeto Seabed 2030, que visa criar um mapa de todo o fundo do mar até o fim desta década, o método com sonares mapeou apenas 25%. Além disso, a técnica, que alcança entre 200 e 400 metros, tem um alto custo financeiro.
Em contrapartida, a missão SWOT, uma parceira da Nasa como Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), usou uma técnica que captura medidas em duas dimensões a partir do satélite em órbita. Essa técnica ampliou a capacidade de mapear o fundo do mar.
Missão SWOT
Entre abril de 2023 e julho de 2024, cientistas analisaram dados para conseguir mapear todo o fundo do mar. O resultado é o mapa mais preciso, uma vez que ele tem uma resolução de oito quilômetros. De acordo com um dos autores do estudo, Yao Yu, os dados do SWOT conseguiram superar três décadas de pesquisas anteriores em um ano. Além disso, a maior resolução do novo mapa conseguiu revelar várias características submarinas, como cânions, montes e colinas marinhas.
Os cientistas destacam que o mapa é crucial para melhorar a compreensão sobre a circulação do oceano e os processos que influenciam as temperaturas dos mares e a absorção de CO₂. Especialistas em oceanografia elogiaram o mapa, afirmando que as descobertas são “um grande salto rumo ao mapeamento planetário”.
Estou impressionado com a capacidade dos cientistas do SWOT em mapear colinas abissais e montes submarinos com uma nitidez nunca antes vista”, afirmou Ole Baltazar Andersen, geofísico da Universidade Técnica da Dinamarca, trabalhou com os autores do estudo.
Fonte: Giz Brasil