Saúde

Novos genes ligados à depressão são descobertos em estudo inédito

As descobertas aumentam a compreensão sobre como a depressão afeta o cérebro, além de ajudar na criação de novos tratamentos contra a doença

Por Alessandro Di Lorenzo

Um estudo inédito identificou 300 novos fatores de risco genético para a depressão. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e do King’s College London, na Inglaterra. Durante o trabalho, os cientistas analisaram dados genéticos de mais de cinco milhões de pessoas de 29 países, incluindo participantes de ancestrais não europeus. Esta diversidade, que não é comum em pesquisas do tipo, foi considerada crucial para os resultados.
No total, o estudo identificou 700 variações genéticas associadas à depressão, sendo que quase metade delas (300) nunca havia sido relacionada à condição. Essas variações estão ligadas a neurônios em regiões cerebrais que controlam as emoções.

Esta é considerada a maior e a mais diversa pesquisa já realizada sobre genética da depressão. De acordo com os pesquisadores, as conclusões permitirão a realização de novos estudos experimentais, usando cultura de células in vitro, para identificar que tipos de neurônios esses genes estão mais associados em termos de expressão gênica. A depressão é resultado da interação entre genética, eventos adversos na vida e problemas de saúde física. A doença é uma das principais causas de incapacidade no mundo e afeta cerca 15% da população global ao longo da vida.

O transtorno é tipicamente recorrente ou crônico por natureza, muitas vezes com incapacidade persistente, apesar das terapias farmacológicas e psicológicas. Além de mapear os fatores de risco genético, o estudo investigou mais de 1.600 medicamentos para determinar seu impacto nos genes ligados à depressão.

Hoje, de 20% a 30% das pessoas com depressão têm a forma resistente da doença, o que significa que não respondem a pelo menos duas medicações em dose e tempo adequados. Por isso, as descobertas podem abrir novas oportunidades para estes pacientes. Os resultados ainda oferecem novas pistas sobre como a doença afeta o cérebro, o que pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes no futuro. As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Cell.

Fonte: Olhar Digital

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