Economia

Construção civil inicia 2025 com alta nos custos e queda na confiança do setor

Índice de Custo da Construção sobe 0,71% em janeiro, pressionado pela mão de obra, enquanto confiança da indústria recua pelo terceiro mês seguido

Por Matheus de Andrade

O setor da construção civil no Brasil iniciou 2025 pressionado. O Índice Nacional de Custo da Construção — M (INCC-M) registrou alta de 0,71% em janeiro, enquanto a confiança da indústria do setor recuou pelo terceiro mês consecutivo, atingindo o menor nível desde junho de 2023.
Impulsionado principalmente pelo aumento dos custos com mão de obra, queda de 1,9 ponto no Índice de Confiança da Construção (ICST) reflete tanto uma piora na avaliação das condições atuais quanto um cenário pessimista para os próximos meses.

A alta dos custos na construção tem efeitos diretos sobre a população. Com o custo da mão de obra subindo 1,13% em janeiro, os preços finais das obras tendem a encarecer, tornando mais difícil o acesso da classe média e baixa à moradia. Além disso, o aumento nos preços de materiais e serviços ainda reflete uma inflação persistente no setor.

Mão de obra puxa custos para cima
Entre os fatores que mais impactaram o INCC-M, o grupo Mão de Obra registrou a maior alta, com 1,13% no mês, e acumula 9% de inflação nos últimos 12 meses. O encarecimento da mão de obra é um reflexo da escassez de trabalhadores qualificados, um problema que o setor enfrenta há anos. De acordo com a Sondagem da Construção, essa limitação segue como um dos principais desafios do setor.

Para os consumidores, esse aumento significa que reformas e construções se tornam mais caras, impactando diretamente o poder de compra da população e tornando inviável a realização de obras para muitas famílias. Além da mão de obra, alguns insumos também registraram aumento. Vergalhões e arames de aço ao carbono subiram 0,64%, enquanto serviços como eletricistas e engenheiros tiveram altas de 1,25% e 1,80%, respectivamente.

Por outro lado, alguns materiais tiveram redução nos preços, como tubos e conexões de PVC (-2,17%) e cimento Portland comum (-0,17%), mas esses recuos não foram suficientes para compensar os aumentos em outros insumos.

Confiança em queda e impacto no setor
A desaceleração da construção não se deve apenas aos custos elevados. O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 1,9 ponto em janeiro, chegando a 94,9 pontos, o menor nível desde junho de 2023. O pessimismo no setor tem sido influenciado por dois fatores: a piora na percepção da situação atual e a queda nas expectativas para os próximos meses.

O Índice de Expectativas (IE-CST) foi o que mais impactou a confiança, recuando 3,3 pontos, atingindo 94,2 pontos, o menor patamar desde janeiro de 2023. Isso indica que os empresários do setor estão menos confiantes na demanda futura, o que pode levar a uma desaceleração nas contratações e nos investimentos em novas obras.

Já o Índice de Situação Atual (ISA-CST), que mede a percepção das empresas sobre o presente, caiu 0,4 ponto, atingindo 95,8 pontos. Enquanto as empresas de edificações registraram uma leve melhora na percepção sobre os negócios correntes, as de serviços especializados, como instalações elétricas e hidráulicas, ficaram mais pessimistas.

Fonte: Epoch Times Brasil

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