Economia

Petroleiros indicam greve para o dia 26 contra mudanças na Petrobras

Trabalhadores reclamam de mudanças na jornada de home office e pagamento de PLR pela estatal

Por Guilherme Grandi

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) pediu às entidades sindicais que façam uma greve de 24 horas no próximo dia 26 contra a decisão da gestão presidente da Petrobras, Magda Chambriard, de ampliar a jornada de trabalho presencial na companhia, entre outras reivindicações.
Atualmente, algumas categorias de petroleiros trabalham dois dias da semana presencialmente, mas sinalizou no mês passado que ampliará para três, com exceção de pessoas com deficiência (PCDs) e pais com filhos nesta condição. A entidade afirma que a decisão foi tomada sem negociação ou consulta à categoria.

É inaceitável a intransigência da gestão Magda ao insistir em reduzir os dias de teletrabalho, atropelando os fóruns de negociação coletiva, o que é um retrocesso na retomada do diálogo que havia sido rompido no governo Bolsonaro. […] A atual gestão segue pressionando petroleiras e petroleiros a assinar os Termos Individuais de Adesão ao novo modelo de teletrabalho imposto à revelia, enquanto negocia com as representações sindicais”, disse a FUP em nota nesta quinta (13).

A entidade também cobra melhores condições de trabalho com a recomposição de efetivos, fim dos equacionamentos da Petros (o fundo de pensão da estatal), plano de cargos e salários “justo e isonômico”, e contra a redução da remuneração variável dos trabalhadores.

Os petroleiros pedem, ainda, a “garantia de segurança em todo o Sistema Petrobras, nas prestadoras de serviço e durante o período de manutenção e entrada em operação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR)”.

É inadmissível que em um governo de reconstrução da estatal, a diretoria da empresa intensifique a política de superdividendos herdada do governo Bolsonaro, distribuindo o equivalente a 207% do lucro aos acionistas privados. Um percentual recorde, jamais praticado na história da Petrobrás, que sacrifica o projeto de desenvolvimento nacional”, seguiu a FUP em nota se referindo à distribuição de R$ 100,3 bilhões em dividendos relativos a 2024, anunciada na quarta (12).

A categoria também se diz afrontada com o que teria sido uma redução de 30% no PLR (Participação nos Lucros e Resultados) “em relação ao que foi apresentado aos trabalhadores nos simuladores, em dezembro, durante uma mesa de negociação em que faltou transparência e boa-fé negocial por parte da empresa”.

O indicativo de greve de 24 horas será submetido a assembleias da categoria até o dia 23, em 12 sindicatos do país. A possível paralisação, no entanto, não deve afetar as atividades, já que a Petrobras conta com equipes de contingência para suprir a demanda em mobilizações de curto prazo.

Fonte: Gazeta do Povo

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