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Mistério no Congo: moradores afirmam ter avistado dinossauros

Saiba como a ciência explica o mistério

Por Isabela Oliveira

Há séculos, o folclore congolês tem um criptídeo — uma criatura sem provas científicas — pouco conhecido no mundo ocidental. Trata-se do mokele-mbembe, um monstro semelhante a um dinossauro saurópode que viveria no Congo. A lenda lembra casos similares como o do famigerado monstro do Lago Ness, na Escócia.
Pescoçudo, redondo e do tamanho de um hipopótamo, rinoceronte ou elefante, ele atravessa pântanos e rios na Bacia do Congo, na África Central, segundo o povo bantu. A lenda antiga foi repassada aos europeus no início do século 20. Mas se tornou ainda mais comentada à medida que possíveis avistamentos começaram a aumentar. Entretanto, o que está por trás desses encontros misteriosos?

Avistamento de dinossauros no Congo é real?
De acordo com a conservacionista tcheca Laura Vlachova ao National Geographic, a razão para os “avistamentos” é o desmatamento, que transforma habitats de animais selvagens em assentamentos humanos e áreas de plantio. Com isso, o declínio do ecossistema se confunde com o folclore — e animais reais são confundidos com seres mitológicos, como já acontecia no passado. Principalmente, entre pessoas que não conhecem a flora e a fauna local.

Em assentamentos maiores, onde os habitats estão sendo empurrados para dentro e as pessoas não estão acostumadas a ver animais grandes, elas de repente os encontram o tempo todo”. “São essas pessoas que me dizem que viram mokele-mbembe”.

Em 2023, a também conservacionista congolesa Selah Abong’o esteve no Parque Nacional Odzala-Kokoua para investigar um surto de Ebola vitimou mais de cinco mil gorilas. No local, ela chegou a pensar ter visto um mokele-mbembe, mas era apenas um elefante.

Não temos dinossauros aqui, embora seja fácil confundir um elefante ou um hipopótamo com um, o que eu fiz. Eu era uma novata naquela época”, contou.

Já em 2023, o biólogo Joseph Oyange visitou uma família no norte do Congo. Ele descobriu que um suposto “rugido do mokele-mbembe” relatado no local, era, na verdade, gritos de gorila, que pisoteavam plantações durante a noite. Considerada o “pulmão da África”, a Bacia do Congo, segunda maior floresta tropical da Terra, perdeu 23 milhões de hectares de floresta desde 2023 — quase o tamanho do Reino Unido. A floresta absorve 1,5 bilhão de toneladas de CO₂ por ano, sendo o maior sumidouro de carbono do mundo.

No entanto, a agricultura, exploração madeireira, mineração e o aumento da população no local ameaçam o Congo devido à corrupção. Com isso, a tendência é o aumento da proximidade entre humanos e animais selvagens, que podem facilitar a transmissão de doenças zoonóticas, como a covid-19. Além disso, animais ameaçados, como gorilas e chimpanzés, também são expostos a doenças em meio ao comércio.

Fonte: Giz Brasil

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