Setor automotivo europeu pede que UE abandone retaliações e busque acordo com Trump

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Por John Lucas
A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) pediu nesta segunda-feira (7) à Comissão Europeia que busque com os Estados Unidos uma solução “construtiva e negociada” para a questão das tarifas e evite responder com medidas de retaliação que possam prejudicar a competitividade da União Europeia (UE).
A mensagem foi expressada por empresas como BMW, Daimler Trucks, Iveco, Mercedes-Benz, Scania, Stellantis e Volkswagen em uma reunião de “alto nível” com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou a ACEA em comunicado.
A atual volatilidade nos mercados globais apenas aumenta as barreiras comerciais e os custos para as empresas. As tarifas só fazem os preços aumentarem para os consumidores na Europa, nos EUA e em todo o mundo”, declarou a diretora-geral da associação, Sigrid de Vries.
A ACEA lembrou a “necessidade urgente” de “cooperação transatlântica” para evitar uma escalada da guerra comercial e “danos de longo prazo para ambas as economias”. A patronal europeia estima que cerca de 67 bilhões de euros em exportações europeias podem ser afetados pelas tarifas americanas, e a cifra pode chegar a 80 bilhões de euros se forem levadas em conta as sobretaxas de 25% sobre carros e componentes automotivos e as chamadas tarifas “recíprocas” de 20% anunciadas na última semana.
Não só é essencial que os líderes europeus e americanos encontrem urgentemente uma solução para a atual disputa comercial, como também é imperativo que as instituições europeias implementem ativamente o Plano de Ação do Setor Automotivo para reforçar a competitividade, reduzir os custos, aliviar os encargos administrativos e fortalecer a fabricação europeia”, enfatizou De Vries.
A solicitação do setor automotivo europeu foi feita em um dia em que os 27 ministros do Comércio da UE se reuniram para discutir em nível político a resposta do bloco às ondas de tarifas decretadas pelo presidente americano, Donald Trump. A UE planeja votar uma primeira lista de produtos sobre os quais imporá sobretaxas em resposta às tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio e continua a refletir sobre a retaliação contra as tarifas “recíprocas” de 20%, embora a linha de ação prioritária continue sendo a negociação com Washington. Enquanto isso, Von der Leyen ofereceu aos EUA a eliminação total de maneira recíproca das tarifas sobre bens industriais como automóveis, produtos químicos, produtos farmacêuticos, máquinas, borracha e plásticos.
Fonte: Gazeta do Povo