Meio ambiente

Conheça a complexa sociedade da formiga saúva-limão

Conhecida como uma das maiores e mais complexas espécies de formigas do mundo, a saúva-limão chama atenção não apenas por sua estrutura hierárquica

No subsolo das florestas tropicais e campos brasileiros, vive uma das sociedades mais organizadas e eficientes da natureza: o formigueiro da saúva-limão (Atta sexdens). Conhecida como uma das maiores e mais complexas espécies de formigas do mundo, a saúva-limão chama atenção não apenas por sua estrutura hierárquica, mas pelo papel central e quase monárquico da sua rainha — um verdadeiro pilar da colônia. E a origem do nome? A saúva-limão ganhou esse nome, pois quando é esmagada exala um forte cheiro de limão ou erva-cidreira. Foi através deste aroma que ela ganhou seu nome popular.
A rainha da saúva-limão é, literalmente, a mãe de toda a colônia. Considerada a maior de todas as formigas, ela é a única responsável por colocar ovos, garantindo a continuidade da população do sauveiro. Em condições laboratoriais, essa rainha pode viver até impressionantes 20 anos. Na natureza, sua expectativa de vida gira em torno de seis anos, ainda assim um feito notável para um inseto.

Tudo começa com o chamado ‘voo nupcial’, realizado em dias claros do início da estação chuvosa, entre setembro e dezembro. Durante esse ritual, fêmeas aladas — chamadas içás — revoam ao lado dos machos alados, conhecidos como bitus. Após a fecundação, a agora futura rainha pousa, arranca as próprias asas com as pernas medianas e escava um buraco no solo, com profundidade entre 8 e 25cm. É ali que nascerá um novo império subterrâneo.

Para iniciar o novo formigueiro, a rainha carrega em sua cavidade infrabucal uma pequena porção de fungo do ninho original. Ao chegar ao fundo da câmara escavada, a formiga regurgita esse material e o irriga com suas próprias fezes — um gesto vital para o cultivo do fungo que servirá de alimento para as futuras gerações.

Enquanto a rainha reina, o bitu tem um papel breve, porém fundamental. Seu único objetivo é fecundar as içás durante o voo nupcial. Após cumprir sua função, ele morre — incapaz de se alimentar sozinho na natureza. Durante toda a sua vida, é alimentado por suas irmãs por meio da trofalaxia, um processo em que o alimento líquido é transferido boca a boca.

Funções
Se a rainha é o cérebro do formigueiro, as operárias são seu corpo. Todas estéreis, elas vivem de quatro a cinco meses e se dividem em três castas com funções específicas:
🔹 Soldadas: as maiores entre as operárias, responsáveis pela defesa da colônia.
🔹 Cortadeiras: de tamanho médio, cortam e transportam folhas, matéria-prima essencial para o cultivo do fungo.
🔹 Jardineiras: as menores, dedicam-se ao cuidado com os ovos, larvas e com o próprio fungo que sustenta a colônia.
Cada casta atua com precisão quase militar, garantindo o funcionamento de uma sociedade onde cada indivíduo tem um propósito claro e essencial.

Fonte: Portal Amazônia

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