Meio ambiente

Após 13 anos, cientistas encontram minissapo monogâmico da Amazônia

Segundo os cientistas, a diversidade de sapos da Amazônia é pouco conhecida por questões logística

Por Pablo Nogueira

Na bacia do Rio Juruá, na Amazônia, cientistas brasileiros descobriram uma nova espécie de minissapo Ranitomeya, cujo último membro do gênero foi visto há 13 anos. No final de abril, os cientistas publicaram um estudo no ZooKeys classificando a nova espécie e relatando suas características únicas. Primeiramente, o sapo, além de ser bem pequeno, é bastante brilhante e possui uma coloração metálica, tornando a espécie bastante brilhante.
O novo minissapo da Amazônia possui listras azuis-esverdeadas nas costas, inspirando o nome da espécie: Ranitomeya aquamarina. Na classificação taxonômica, os cientistas explicam a etimologia de “aquamarina”, que no latim significa “azul-esverdeado”. Além disso, o termo dá nome à joia água-marinha, que, segundo os cientistas, destacam o valor da descoberta do minissapo da Amazônia.

Com cerca de 17 milímetros, ou 1,7 centímetro, o minissapo da Amazônia é monogâmico. No estudo, os cientistas afirmam que identificaram casais na maioria das observações. Os machos, apresentam comportamentos territoriais e quando os cientistas capturaram fêmeas, os sapos chamaram “incessantemente” por suas parceiras. Sapos monogâmicos não são tão comuns na natureza, mas a primeira observação desse fenômeno em sapos, ou qualquer anfíbio, ocorreu em 2010.

Em 2011, ou há 13 anos, cientistas brasileiros e estrangeiros descobriram a penúltima espécie do gênero, que com o minissapo da Amazônia ganha seu 16.º membro. De acordo com o estudo, a raridade de sapos dessa espécie ocorre não somente pela enorme biodiversidade da Amazônia, mas, principalmente, por dificuldades logísticas.

A diversidade de sapos na Amazônia ainda é pouco conhecida. Este fato é ainda mais verdadeiro na região do Rio Juruá. Por isso, apesar de estarmos dando os primeiros passos para descobrir a biodiversidade desta área, já temos evidências da riqueza extraordinária da fauna local e já identificamos muitas candidatas a novas espécies”, dizem os autores.

Ou seja: o novo minissapo pode não ser o último conforme os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia avançam as pesquisas na região. Os cientistas sugerem que o nome popular do minissapo seja “rãzinha-venenosa-metalizada”, por pertencer à família Dendrobatidae, com algumas espécies venosas.

Fonte: Giz Brasil

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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