A estranha ligação entre herpes e Alzheimer

Novo estudo aponta que a infecção causada pelo vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1) tem um papel fundamental no desenvolvimento do Alzheimer
O que era uma hipótese defendida por muitos cientistas agora foi confirmada por um novo estudo. Pesquisadores descobriram que a infecção causada pelo vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1) tem um papel fundamental no desenvolvimento do Alzheimer. Ao mesmo tempo, a equipe identificou que a terapia antiviral contra a primeira doença pode estar ligada a um menor risco de demência. Estas conclusões podem servir para a adoção de novas formas de combate ao declínio cognitivo.
Atualmente, mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo apresentam algum tipo de demência. E, a cada ano, 7,7 milhões de novos casos são diagnosticados. O Alzheimer é a condição mais comum, representando entre 60% e 80% de todos os registros. Vários agentes infecciosos foram associados ao desenvolvimento da condição, sendo o HSV-1 o mais estudado. Apesar disso, os cientistas sempre tiveram muitas dúvidas sobre a relação entre as doenças.
No novo estudo, pesquisadores agruparam pacientes com Alzheimer por idade, sexo, região geográfica, ano de entrada no banco de dados e número de consultas com e sem histórico da doença. Quase dois terços deles (65%) eram mulheres e a idade média era de 73 anos. Foi identificado um risco maior de Alzheimer em pessoas mais velhas, o que já era de se esperar. No entanto, a probabilidade de um diagnóstico positivo de HSV-1 foi 80% maior entre aqueles que já haviam sido identificados com demência.
Além disso, os cientistas observaram que os pacientes com histórico de infecção por HSV-1 que usaram medicação contra a herpes tinham 17% menos chances a desenvolver a doença de Alzheimer do que aqueles que não fizeram uso desses tratamentos. Exatamente como o HSV-1 e outros vírus neurotrópicos podem aumentar o risco de demência não está claro. Apesar disso, a equipe destaca que as descobertas podem ajudar na criação de novas formas de tratamento contra a condição. As conclusões foram descritas em estudo publicado no BMJ Open.
Fonte: Olhar Digital