Cultura

Dez Mil Sóis: livro mantém viva a memória do bombardeio de Hiroshima

80 anos após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, livro ‘Dez Mil Sóis’ preserva a memória deste episódio traumático da Segunda Guerra Mundial

Por Éric Moreira

Em agosto de 1945, há 80 anos, o mundo ainda presenciava os momentos finais da Segunda Guerra Mundial. Porém, nos dias 6 e 9 daquele mês, os Estados Unidos deram um golpe brutal no Japão — único país do Eixo que ainda lutava naquele momento — que praticamente serviu para colocar um ponto final na guerra: os bombardeamentos atômicos das cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Duas das maiores e mais importantes cidades do Japão naquele momento, Hiroshima e Nagasaki foram as primeiras cidades em toda a história a colher diretamente os frutos das bombas atômicas, recém-criadas pelos Estados Unidos, e sofreu um dano devastador. Ao todo, mais de 200.000 pessoas morreram — quando não imediatamente após as explosões, devido à intoxicação por radiação nos meses seguintes.

Esse episódio marcou tanto a história japonesa que é lembrado até hoje, 80 anos após o ocorrido, não só anualmente com eventos nas duas cidades que recordem o episódio, bem como memoriais e homenagens aos sobreviventes, como até mesmo inspirando uma série de obras, inclusive de ficção.

Fotografia tirada em Nagasaki, devastada após o bombardeio atômico (Foto: Getty Images)

Dez Mil Sóis
Uma dessas obras é ‘Dez Mil Sóis‘, publicada pela primeira vez em agosto de 2024, pela editora Planeta. Escrito pelo brasileiro Renan Carvalho, o livro mistura fato e ficção ao apresentar uma narrativa que resgata a memória da tragédia dos bombardeios em Hiroshima e Nagasaki, bem como a resistência humana diante desse momento de horror.

Na narrativa, acompanhamos os irmãos Kazuo, Kenji, Michiko e Shiro, que são enviados a um internato logo após o ataque na cidade de Hiroshima. No entanto, o calor brutal da explosão arrasou a cidade, deixando um rastro de destruição e dor, e partiu o céu ao meio, abrindo uma passagem entre o mundo dos vivos e dos mortos, de onde criaturas demoníacas escapam e se espalham pela cidade, alimentando-se da tragédia, das vítimas e da esperança dos que ainda viviam.

Nesse cenário, os irmãos descobrem habilidades especiais — como uma katana mágica, um amuleto tokusatsu, um espelho repleto de energia espiritual e um robô mecha — e enfrentam uma série de seres sobrenaturais do folclore japonês, como youkais e monstros gigantes, enquanto desafiam a morte encarnada em um Shinigami (um “deus da morte”) para escapar do internato, retornar a Hiroshima e reencontrar os pais perdidos.

A bomba atômica foi um dos eventos mais atrozes da humanidade. Eu já tinha ficado bastante impactado enquanto fazia a pesquisa do livro, mas quando visitei Hiroshima, eu tive a real noção do quão terrível foi aquilo”, conta o autor, Renan Carvalho.

Capa do livro ‘Dez Mil Sóis’ (Foto: Divulgação)

O livro chamou grande atenção desde seu lançamento, sendo um dos títulos mais vendidos na Bienal do Rio de Janeiro desde ano. Ele já está disponível nas principais livrarias do país, e também pode ser adquirido em plataformas como a Amazon.

Fonte: Aventuras na História

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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