A Semana no Brasil e no Mundo — FMI projeta dívida bruta do Brasil acima de 98% do PIB em 2030

A dívida pública bruta do Brasil deve continuar em trajetória de alta e atingir 98,1% do PIB em 2030, projeta o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório Monitor Fiscal, divulgado nesta quarta-feira (15), durante a reunião anual do FMI e do Banco Mundial.
Para 2025, o Fundo estima dívida de 91,4% do PIB — bem acima da média prevista para economias emergentes neste ano (73,9%). Há seis meses, o FMI trabalhava com 92% para 2025 e 99,4% para 2030; a revisão indica leve melhora, mas o organismo mantém alerta sobre o nível elevado.
Entre 38 países emergentes com dados disponíveis, o Brasil teria em 2025 a 4.ª maior relação dívida/PIB. À frente, apenas Bahrein (142,5%), Ucrânia (108,6%) e China (96,3%). O FMI manteve as projeções para o primário: déficit de 0,6% do PIB em 2025 e 0,4% em 2026. A partir de 2027, primeiro ano do próximo governo, o saldo passaria ao azul (superávit de 0,3% do PIB), alcançando 1,4% do PIB em 2030.
Resultado primário é a diferença entre receitas e despesas do governo, sem considerar juros da dívida. Superávit indica que receitas superam despesas; déficit, o contrário. O relatório aponta que o desafio fiscal brasileiro segue relevante, mesmo com a expectativa de melhora gradual do primário ao longo do próximo ciclo de governo. (Fonte: Hora Brasília)
Trump autoriza operações secretas e ‘ações letais’ da CIA na Venezuela

O governo dos Estados Unidos autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações clandestinas na Venezuela, segundo reportagem do The New York Times publicada nesta quarta-feira (15). Horas depois, o presidente Donald Trump confirmou a autorização, afirmando que Caracas “envia drogas e criminosos” aos EUA. Ele evitou responder se a inteligência americana teria aval para eliminar Nicolás Maduro: “seria uma pergunta ridícula para eu responder. A Venezuela está sentindo a pressão”.
De acordo com o jornal, o pacote aprovado contempla ações letais e outras iniciativas de inteligência no Caribe, com eventuais alvos que podem incluir o governo venezuelano e estruturas associadas ao narcotráfico. Não há clareza sobre quando ou se alguma operação foi ou será executada. A medida amplia a escalada de pressão de Washington contra Maduro, acusado pelos EUA de chefiar o Cartel de los Soles, rotulado recentemente como organização terrorista internacional ligada ao tráfico de drogas. No mês passado, a imprensa americana já havia noticiado que a Casa Branca avaliava operação militar com ataques a alvos venezuelanos.
O clima de tensão inclui, ainda, o envio de navios e aeronaves militares para o Caribe e a oferta de recompensa por informações que levem à captura do presidente venezuelano. Em geral, operações encobertas da CIA são comunicadas a portas fechadas a lideranças do Congresso, que ficam proibidas de divulgar detalhes. Casos vêm a público, como regra, após concluídos — a exemplo da ação que matou Osama bin Laden em 2011. (Fonte: Hora Brasília)
Correios triplicam prejuízo no 1.º semestre e pedem empréstimo de R$ 20 bi

Os Correios fecharam o 1.º semestre de 2025 com prejuízo de R$ 4,37 bilhões, três vezes o resultado negativo do mesmo período de 2024 (R$ 1,35 bi). Diante do rombo, a estatal prepara um plano de emergência para tentar reequilibrar as contas. Segundo a companhia, o presidente Emmanoel Schmidt Rondon apresentará nesta quarta (15) a 1.ª fase da reestruturação e um pacote de medidas imediatas de ajuste financeiro. A empresa busca apoio do governo federal para obter um empréstimo de cerca de R$ 20 bilhões — valor próximo ao faturamento anual de 2024 (R$ 18,9 bi).
No 2.º trimestre de 2025, a receita bruta somou R$ 4,4 bilhões, queda nominal de 11,2% ante igual período do ano passado. Em nota, os Correios afirmam que, “apesar das medidas estratégicas”, enfrentam restrições financeiras por fatores conjunturais externos que afetaram a geração de receita. A estatal cita como principal motivo a retração do segmento internacional, atribuída a alterações regulatórias nas compras de produtos importados, que reduziram o volume de postagens. A empresa também menciona aumento da concorrência, com impacto nas receitas ligadas a esse mercado. O detalhamento das ações de reestruturação — e do eventual suporte do Tesouro ao pedido de financiamento — será apresentado após a divulgação do plano. (Fonte: Hora Brasília)
Nota da alfândega dos EUA fragiliza prova e pressiona Moraes a reavaliar decisão no caso Filipe Martins

A declaração da U.S. Customs and Border Protection (CBP), segundo a qual Filipe Martins não entrou nos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, atinge diretamente um dos pilares usados no Brasil para sustentar a prisão preventiva do ex-assessor. O órgão americano afirmou ter identificado “registro errôneo” e disse investigar a inclusão do dado impreciso em seus sistemas, além de condenar o uso dessa entrada falsa para embasar prisão ou condenação.
O ponto complica para o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, por três razões:
1. Validade da prova — se a informação de viagem foi fundamento relevante para o decreto prisional, a admissão do erro pelo CBP fragiliza a cadeia de custódia e abre espaço para incidente de falsidade, desentranhamento do documento e revisão das cautelares.
2. Contraditório e ampla defesa — a defesa já alega que houve inclusão tardia de peças e dificuldade de contestação. A confirmação de erro pelo órgão de origem tende a fortalecer pedidos de nulidade e questionamentos sobre a forma de produção e verificação das provas.
3. Cooperação internacional — como se trata de dado estrangeiro, a conferência de autenticidade é requisito para seu uso processual. A nota do CBP impõe ao relator a necessidade de checar oficialmente a informação e delimitar responsabilidades sobre quem inseriu o registro incorreto.
Diante da repercussão, Moraes determinou que o Ministério da Justiça solicite ao Departamento de Estado dos EUA esclarecimentos formais sobre a suposta entrada de Martins. A defesa pede nulidade das provas relacionadas à viagem e a reavaliação das medidas impostas. (Fonte: Hora Brasília)
Governo Lula custeou cerca de 19 viagens da presidente da Contag

Registros oficiais de deslocamentos aéreos apontam que o governo federal arcou com ao menos 19 viagens de Vânia Marques, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), desde 2023. As agendas indicam participações em reuniões no Palácio do Planalto, fóruns setoriais e eventos ligados a políticas públicas, inclusive um encontro preparatório da COP30 em setembro, cujo trecho custou R$ 4.197.
Segundo os dados apresentados, o primeiro deslocamento ocorreu em junho de 2023 (Salvador–Brasília). Houve três viagens em 2023, quatro em 2024 e quatro neste ano. Vânia assumiu a presidência da Contag em 3 de abril (em substituição a Aristides Veras, irmão do deputado Carlos Veras (PT-PE)). Vinte dias depois, a PF deflagrou a Operação Sem Desconto, que apura descontos associativos não autorizados em benefícios do INSS. A Contag foi mencionada em discussões da CPMI do INSS, e a própria entidade apareceu em despachos administrativos de credenciamento — a defesa da confederação nega irregularidades.
Parlamentares da oposição afirmam que a Contag, historicamente alinhada ao PT, está entre as entidades que mais captaram recursos no ambiente associativo e cobram transparência sobre critérios, convites e fontes de custeio das viagens. Também questionam a participação de Vânia em conselhos e comitês federais, como instâncias do Minha Casa, Minha Vida, alegando “aparelhamento” de colegiados.
A Operação Sem Desconto (PF e CGU) identificou ampla ocorrência de descontos sem autorização em contracheques de aposentados e pensionistas; a CPMI do INSS atribuiu a parte das entidades envolvidas falhas graves de governança. Até aqui, não há decisão judicial transitada em julgado que responsabilize a Contag no caso. A confederação afirma que atua dentro da lei, com termos de adesão regulares, e que apoia a auditoria dos cadastros.
Procurados, o Palácio do Planalto, a Casa Civil e a Contag não responderam até a conclusão desta edição. A reportagem solicitou a planilha completa dos deslocamentos, com órgão demandante, objeto da missão, trechos, datas e valores, bem como as portarias que designaram a participação da dirigente em conselhos e comitês.
Próximos passos — Deputados da oposição informaram que apresentarão pedidos de informação e requerimentos ao TCU para auditar os gastos e os critérios de seleção de representantes da sociedade civil em colegiados federais. Integrantes do governo sustentam que a participação da Contag em conselhos é prevista em lei e que missões custeadas seguem normas de diárias e passagens com justificativa funcional. (Fonte: Hora Brasília)
Israel acusa Hamas de violar cessar-fogo ao cruzar “linha amarela” em Gaza

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram, nesta terça (14), que militantes do Hamas violaram o cessar-fogo ao cruzarem a “linha amarela”, zona de segurança que marca a retirada israelense no norte da Faixa de Gaza. Segundo comunicado, os soldados tentaram afastar os indivíduos e, diante da recusa, abriram fogo “para eliminar a ameaça”.
O Exército negou relatos de que terroristas teriam invadido uma posição israelense, classificando a versão como incorreta. Israel também exortou civis de Gaza a manterem distância das tropas e a seguir instruções na área tampão, criada para impedir movimentações não autorizadas e ataques-surpresa.
Do lado palestino, fontes médicas ouvidas pela EFE relataram seis mortos em três incidentes próximos à área de segurança, quatro no bairro de Shejaiya, um em Al Shaaf e outro em Al Foujari. As circunstâncias dos disparos não foram verificadas de forma independente. O episódio ocorre durante a fase de implementação do cessar-fogo, que prevê paralisação das hostilidades e mecanismos de verificação. Até o fechamento deste texto, Israel e autoridades locais em Gaza não haviam informado abertura de investigações sobre os incidentes. (Fonte: Hora Brasília)




















