Meio ambiente

Ave ameaçada de extinção é vista no Rio de Janeiro

Saquarema registra a rara formigueiro-do-litoral, espécie criticamente ameaçada

Por Gabriel Marin

No mês passado, a cidade de Saquarema, localizada na região litorânea do Rio de Janeiro, foi palco de uma aparição excepcional. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, por meio de armadilhas fotográficas, documentou a presença de uma fêmea de formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis), espécie que atualmente se encontra em risco crítico de extinção.
De acordo com dados provenientes do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade, uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente, a situação da espécie é alarmante, com uma população estimada em menos de 2.500 indivíduos em todo o mundo.

A identificação desta fêmea foi realizada pela ornitóloga Thayane Patusco, associada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As câmeras foram instaladas no mês de junho e as imagens capturadas foram analisadas recentemente. Além da ave rara, outras duas espécies também foram registradas: um imponente lagarto teiú e a ave saracura-três-potes.

Este registro integra o Programa de Monitoramento da Fauna promovido pela Prefeitura de Saquarema, cujo objetivo é mapear a biodiversidade local e guiar ações voltadas para a preservação ambiental, incluindo a recuperação das áreas de restinga, essenciais para a proteção do solo e a mitigação dos alagamentos.

A formigueiro-do-litoral figura entre os dez animais mais ameaçados de extinção no Brasil, conforme critérios científicos estabelecidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A classificação considera fatores como população, distribuição geográfica e tendências ameaçadoras para cada espécie.

Os animais listados incluem:
• Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia);
• Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii);
• Onça-pintada (Panthera onca);
• Peixe-boi-marinho (Trichechus manatus);
• Mutum-do-nordeste (Pauxi mitu);
• Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla);
• Anta-brasileira (Tapirus terrestris);
• Ave formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis);
• Jabuti-piranga (Chelonoidis carbonarius);
• Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus).

Dentre os principais fatores que contribuem para a ameaça à extinção dessas espécies estão a caça ilegal, o tráfico de animais silvestres, o desmatamento e a fragmentação dos habitats naturais. Ademais, as mudanças climáticas também têm um papel significativo neste cenário. Para resguardar a fauna brasileira contra o risco de extinção, iniciativas voltadas à conservação e à educação ambiental são cruciais.

Segundo o ‘Metrópoles’, a professora de Biologia Aline Costa, da escola Maple Bear Brasília, enfatiza: “cada animal que desaparece enfraquece os ecossistemas dos quais dependemos. A extinção é um fenômeno irreversível; no entanto, a conservação é uma escolha consciente — e ainda temos tempo para fazer a diferença”.

Fonte: Aventuras na História

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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