Equipe sírio-brasileira de paleontólogos identifica fóssil de réptil voador gigante

Pesquisador da Unipampa participou da análise do fóssil, que pode ter pertencido a um dos maiores répteis voadores já registrados
Por Giovanna Gomes
Uma equipe internacional, liderada pela paleontóloga sírio-brasileira Wafa Adel Alhalabi da Universidade de São Paulo (USP), fez uma importante descoberta ao identificar um fóssil de um réptil voador gigante. De acordo com o pesquisador Felipe Pinheiro, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), o espécime pode ter alcançado tamanhos semelhantes aos do Quetzalcoatlus northropi, que possuía uma envergadura impressionante de até 11 metros.
O fóssil em questão pertence a um pterossauro, um grupo distinto de répteis voadores que coexistiu com os dinossauros, mas não é classificado como parte deste grupo. De acordo com informações do portal de notícias G1, a descoberta consiste em um úmero, o osso do braço, encontrado no início dos anos 2000. A reconstrução deste osso foi realizada por meio de comparações meticulosas com outros répteis voadores conhecidos.
Wafa Adel Alhalabi compartilhou sua experiência ao afirmar: “precisei usar o meu próprio dinheiro para viajar até Latakia e estudar o fóssil. Preparei o espécime em casa usando apenas ferramentas básicas”. Ela enfatizou a necessidade urgente de investimento e infraestrutura para impulsionar a pesquisa paleontológica na Síria.
Felipe Pinheiro, especialista em répteis alados, foi parte integral das análises que confirmaram a notável dimensão do fóssil. Embora o osso isolado não seja suficiente para a descrição de uma nova espécie, há indícios de que esse fóssil possa pertencer a uma espécie ainda desconhecida.
A localização do achado é igualmente intrigante, pois ocorreu em formações rochosas marinhas, sugerindo que esses pterossauros poderiam ter explorado ambientes costeiros. O fóssil é classificado entre os azhdarquídeos, um grupo que inclui os maiores animais voadores já documentados. As investigações indicam que esses répteis eram desdentados e apresentavam pescoços longos, provavelmente utilizando essa adaptação para caçar pequenos animais em terra firme. Eles foram reconhecidos como os últimos representantes dos pterossauros a habitar nosso planeta.
Fonte: Aventuras na História








