Meio ambiente

Espécie de rã venenosa é descoberta na Amazônia

A espécie de rã recém-descoberta vive entre bambus e apresenta comportamento polígamo

Por Paulo Henrique Lima

Com listras amarelas vivas e manchas que lembram o clima tropical, uma nova espécie de rã foi identificada na floresta amazônica, em uma área que marca a fronteira entre o Brasil e o sudeste do Peru. O anfíbio, de aparência vibrante e comportamento peculiar, recebeu o nome de Ranitomeya hwata.
A descoberta, uma das mais intrigantes da herpetologia recente, foi publicada em outubro, na revista científica Zootaxa. Durante as primeiras observações, os pesquisadores chegaram a acreditar que se tratava de uma variação da espécie Ranitomeya sirensis, já conhecida na região. No entanto, a análise detalhada revelou diferenças marcantes.

Além da coloração mais intensa, a nova rã emite um canto distinto, com mais pulsos por chamado e uma frequência mais alta do que suas parentes próximas. Segundo informou a revista Galileu, essa particularidade sonora foi um dos primeiros sinais de que estavam diante de um novo exemplar da biodiversidade amazônica.

A descoberta ganhou ainda mais relevância ao se observar que a espécie possui um isolamento de habitat singular, preferindo áreas mais densas e úmidas, onde o som do seu coaxar ecoa entre o verde fechado da floresta. Também chamou atenção o seu método de reprodução, diferente das demais espécies do mesmo gênero.

Enquanto outras rãs do grupo costumam apresentar comportamento monogâmico, a Ranitomeya hwata surpreendeu os cientistas com sua natureza polígama. Os machos recrutam diferentes fêmeas para acasalar, o que sugere uma adaptação reprodutiva vantajosa nas condições específicas de seu ambiente.

A rã que vive no bambu
O estudo também revelou a forte relação da espécie com o bambu guadua, uma planta nativa do Brasil e do Peru. Os girinos se desenvolvem dentro dos caules do vegetal, onde a água acumulada cria um refúgio natural contra predadores.

O mais notável sobre esta espécie é o quanto ela realmente adora viver no bambu Guadua. Certamente, existem algumas outras espécies de Ranitomeya que vivem e se reproduzem em bambu, mas geralmente são apenas certas populações que o fazem. No entanto, até onde sabemos, toda a distribuição de R. hwata parece estar ligada à presença deste bambu e, com poucas exceções, todos os indivíduos desta espécie foram encontrados dentro ou perto do bambu”, explica, ressalta o principal autor do estudo, para o IFLScience.

Fonte: Aventuras na História

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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