Tecnologia & Inovação

Cientistas usam cogumelo para criar chips memória de computador

O circuito feito de shiitake consegue alternar sinais 5.850 vezes por segundo com 90% de precisão, imitando atividade neural com menor consumo de energia

Cientistas da Universidade de Ohio, nos EUA, conseguiram desenvolver um resistor de memória de computador a partir de cogumelos. Conforme o estudo, publicado no dia 10 de outubro, os cientistas realizaram o experimento em ambiente controlado, usando micélio de cogumelos shiitake (Lentinula edodes).
O resultado foi um memristor funcional com desempenho comparável aos chips eletrônicos tradicionais, mas representa uma alternativa mais barata e sustentável. Além disso, memistores que não usam materiais como titânio ou silício podem ter uma produção mais escalável. Os memristores são dispositivos que armazenam estados elétricos anteriores, funcionando semelhantemente às sinapses cerebrais, o que os torna ideais para aplicações de computação neuromórfica.

Quando os memristores de fungos operavam como memória RAM de computador, os cientistas observaram uma alternância de estados elétricos que processava até 5.850 sinais por segundo. A memória computacional de shiitake conseguiu uma precisão de 90% no processamento dos sinais. No entanto, o desempenho diminuiu conforme a tensão elétrica ficava mais frequente.

Conforme os cientistas, é possível resolver esse problema usando mais cogumelos no circuito, organizando-os similarmente às memórias de computador e ao cérebro humano. John LaRocco, principal autor do estudo e líder do experimento, escolheu o shiitake por seu micélio resistente à radiação. Nove amostras foram cultivadas em placas de Petri sob condições controladas de umidade e temperatura. Após o crescimento do micélio, as amostras foram secas ao sol para garantir maior durabilidade.

Micélio de fungo na computação não é nada incomum, mas sua exploração ocorreu de maneira menos intuitiva. Nosso trabalho, por outro lado, testa os limites desses sistemas de memória”, afirmou LaRocco.

O cientista também afirma que o cogumelo como em chips de memória pode reduzir significativamente o consumo de energia de um computador em modo de espera. Portanto, o experimento representa um avanço não somente na computação, mas também na economia. Embora ainda sem previsão de uso comercial, os cientistas afirmam que “fungos podem ser o futuro da computação”.

Fonte: Giz Brasil

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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