Estação escultural do arquiteto Santiago Calatrava transforma cidade belga

A estrutura, composta por vidro e aço, funciona como uma passarela sobre os trilhos e demorou quase duas décadas para ser concluída
A nova estação da cidade de Mons, na Bélgica, é uma das obras mais emblemáticas do arquiteto Santiago Calatrava e demorou quase duas décadas para ser concluída. Localizada próximo à fronteira com a França, a Gare de Mon teve seu projeto escolhido em um concurso internacional de arquitetura realizado em 2006 e vencido pelo espanhol, que também assina o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
A construção foi desenvolvida ao longo de quase duas décadas e tem como objetivo principal unir o centro histórico da cidade, ao sul, à zona residencial, ao norte — duas áreas antes separadas pelos trilhos ferroviários. Composta por um volume de vidro e aço de linhas orgânicas, a estação combina design, engenharia e urbanismo. Organizada em torno de uma galeria elevada de 165 m de extensão, a estrutura funciona como uma ponte monumental sobre as plataformas. A cobertura curva projeta-se sobre as praças de entrada e abriga escadas e rampas sob amplas marquises de vidro, criando uma transição suave entre o nível da rua e o interior do edifício.
No coração da estação, a chamada Galerie de la Reine concentra o fluxo de passageiros em um espaço contínuo onde a luz natural é protagonista. O teto translúcido e o piso de pedra azul belga refletem a luz diurna, enquanto as treliças triangulares de aço e concreto revelam o traço estrutural característico de Calatrava.

Elementos de madeira aparecem no forro e nos bancos das plataformas, aquecendo o conjunto dominado pelo branco e pelo metal. Uma claraboia linear percorre o eixo central do teto, permitindo ventilação natural e variações de luz ao longo do dia. A estação integra ainda áreas subterrâneas com estacionamento para cerca de 850 veículos e 200 vagas para bicicletas, além de escritórios, espaços técnicos e uma área infantil. Sete trilhos e 29 paradas de ônibus e táxi estão abrigados sob a cobertura principal, que se estende para proteger os acessos.
Fonte: Casa e Jardim








