Ciência

Nova “lâmpada cósmica” é tão brilhante que emite raios X como milhões de sóis

Descoberta feita por equipe europeia com satélite XMM-Newton revela fonte ultraluminosa a 24,45 milhões de anos-luz da Terra, com período de pulsação de 9,66 segundos

Astrônomos europeus identificaram uma fonte de luz cósmica que emite raios X tão brilhantes que superam milhões de sóis. A “lâmpada cósmica” é uma fontes ultraluminosas de raios X (ULXs) da galáxia NGC 4631, ou Galáxia Baleia, a 24,45 milhões de anos-luz da Terra. Em um estudo publicado no início deste mês, astrônomos de universidades da Alemanha e da Itália revelaram que a descoberta ocorreu em julho deste ano. A equipe usou dados do satélite XMM-Newton, da ESA, para identificar a poderosa fontes ultraluminosas de raios X.
Os astrônomos batizaram a fonte de X-8 e afirmam que ela fica próxima à ULX X-2, cujos raios X pulsantes a classificam como uma estrela de nêutrons. De acordo com o estudo, análises de dados usando a câmera de observação de fótons do satélite XMM-Newton revelou pulsações com intervalos de 9,66 segundos. O ritmo indica que a “lâmpada cósmica” é um pulsar de raios X, explicando como a X-8 emite raios X tão brilhantes que superam milhões de sóis.

Aliás, por apresentar uma luminosidade de 3,4 quintilhões de erg/s, a X-8 é uma das fontes ULX mais brilhantes já identificadas. Além disso, a nova fonte possui uma das taxas de rotação mais rápidas, indicando uma aceleração rotacional em uma escala de apenas 3,2 anos. A Galáxia Baleia já contava com sete ULXs, todas com emissão de raios X tão brilhantes que superam milhões de sóis. A luminosidade, aliás, é superior em todos os comprimentos de onda.

A adição da X-8, a mais brilhante do grupo, é mais um motivo para ampliar o conhecimento sobre mecanismos de acreção super-Eddington, que permitem a essas fontes manter luminosidades tão elevadas”, diz o estudo.

Lorenzo Ducci, principal autor do estudo, destaca que a taxa de aceleração da X-8 pode resultar do movimento orbital do pulsar, do torque de acreção sobre a estrela de nêutrons, ou da combinação desses mecanismos. O campo magnético estimado para o pulsar varia entre 10 e 200 trilhões de Gauss, valor consistente com outros objetos similares.

Este novo pulsar ULX adiciona uma fonte-chave à pequena população conhecida, e permitirá que estudos futuros restrinjam melhor os mecanismos físicos responsáveis por suas luminosidades super-Eddington”, declararam os cientistas.

Fonte: Giz Brasil

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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