Estudo da OpenAI mostra como as pessoas usam o ChatGPT

A OpenAI lançou o maior estudo sobre os hábitos de uso do ChatGPT
Por Pablo Nogueira
O setor de Pesquisa Econômica da OpenAI, em parceria com a Universidade de Harvard, nos EUA, publicou o primeiro estudo sobre o ChatGPT e os hábitos de seus usuários. A pesquisa analisa também fatores demográficos, como gênero, idade, educação, renda, e comportamentais, oferecendo dados com alto nível de detalhe. De acordo com a OpenAI, o estudo se baseou em 1,5 milhão de conversas com o ChatGPT entre maio de 2024 e junho deste ano.
Na publicação, a OpenAI ressalta que as mensagens não foram vistas por humanos, dedicando um modelo de linguagem de grande escala para revisar os chats. Uma das descobertas do estudo é que a base de usuários ativos por semana é igual a 10% da população adulta do planeta, ou seja: 700 milhões de pessoas. Além disso, o estudo da OpenAI contraria presunções demográficas sobre a indústria tech, revelando que 52% dos usuários têm nomes femininos.
Esse é um dos dados mais importantes do estudo porque marca uma reviravolta no período inicial do chatbot, quando 80% dos usuários tinham nomes masculinos, equilibrando as distinções de gênero em relação ao acesso à plataforma. Os usuários do ChatGPT são jovens, com quase metade com idades entre 18 e 25 anos. Os usuários com idade inferior a 26 anos tendem enviar mensagens buscando informações e tutoriais. A OpenAI revelou que 76% das conversas com o ChatGPT não têm relação com a profissão dos usuários.
Mas, conforme a idade aumenta, as mensagens miram as atividades profissionais dos usuários. Pessoas com idades entre 26–35 e 36–45 anos são as que mais interagem com o chatbot para fins profissionais. Vale ressaltar que 46% das pessoas que usam o ChatGPT no trabalho possuem ensino superior e salários maiores, sobretudo profissionais do setor de tecnologia da informação.
Mas a adoção do ChatGPT é maior em países mais pobres, de acordo com o estudo da OpenAI, que demonstra uma taxa quatro vezes maior em países emergentes. No entanto, o relatório não revelou quais países apresentam a taxa mais rápida de adoção da plataforma. Ainda sobre os hábitos de uso, o estudo aponta que 73% das interações não têm relação com o trabalho do usuário, indicando um crescimento do ChatGPT como ferramenta de uso diário.
A OpenAI dividiu os hábitos de uso do ChatGPT em tópicos com categorias de conversas. O tópico de guias práticos, que inclui tutoriais, trabalhos escolares e dicas fitness no topo. Portanto, 28,3% das interações com o chatbot envolvem dicas de produtos de beleza, receitas culinárias e instruções.
Em segundo lugar, o tópico “escrita”, principalmente em comunicação pessoal, como e-mails, é o mais usado. No entanto, ao contrário do primeiro, este tópico é mais prevalente em usuários que usam a plataforma para trabalho, principalmente no setor financeiro. No estudo, a OpenAI enfatiza dados que podem beneficiar a empresa: o crescimento de buscas on-line no ChatGPT e o pequeno índice de namoro com IA.
Apesar da cobertura midiática, apenas 1,9% das conversas [com o ChatGPT] envolviam conselhos amorosos e só 0,4% tinham relação com casos de roleplaying ou ‘IA como companhia’”, diz a OpenAI.
Aliás, Sam Altman, CEO da empresa, sempre ressalta que interações parassociais são raras. Mas o governo dos EUA investiga o possível risco de chatbots de IA como companheiros românticos, incluindo o ChatGPT.
Fonte: Giz Brasil













