Cultura

Museu de Auschwitz divulga álbum com capa feita de pele humana

Especialistas do museu analisaram a composição do objeto e afirmam que a prática era comum na Alemanha comandada por Adolf Hitler

O Museu de Auschwitz, na Polônia, recebeu, em janeiro deste ano, uma nova evidência dos crimes cometidos durante o regime nazista comandado por Adolf Hitler: um álbum de fotos cuja capa é feita de pele humana. De acordo com os especialistas da instituição, é provável que o “material” tenha vindo do campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha.
Esse não é o primeiro artefato do tipo: o museu tem outro livro com uma composição parecida na capa. Os profissionais compararam os dois objetos com um espectrofotômetro, aparelho utilizado para medir a concentração de substâncias.
De acordo com Elżbieta Cajzer, chefe do setor de Coleções do Museu de Auschwitz, as análises mostraram quantidades parecidas de pele humana e de poliamida 6 e poliamida 6.6 — materiais mais conhecidos como nylon. “Os polímeros usados na produção de fibras sintéticas é o mais importante, porque eles não haviam sido inventados até 1935. Essa informação nos permite determinar quando as capas foram criadas”, explica Cajzer. “Durante a Segunda Guerra Mundial, poliamidas eram uma novidade tecnológica, e o acesso a elas era limitado. No território do Reich, fibras artificiais eram usadas para produzir paraquedas”.

Álbum de fotos feito com pele humana de prisioneiros de campo de concentração nazista (Foto: Marek Lach/www.auschwitz.org)

No campo de Buchenwald, a pele dos prisioneiros era usada como matéria-prima na encadernação de livros e na fabricação de carteiras, por exemplo. “O uso de pele humana como material de produção está diretamente associado à figura de Ilse Koch, que, junto de seu marido, escreveu seu nome na história como a assassina do campo de Buchenwald”, relata Elżbieta Cajzer.
Segundo o museu, o álbum pertenceu a uma família da Bavária (estado da Alemanha) que tinha um hotel na época da Segunda Guerra. O objeto provavelmente foi dado como um presente por alguém que trabalhava no campo de concentração.
Dentro do álbum, há mais de 100 fotografias e cartões postais com imagens panorâmicas e de paisagens. Para o museu, o artefato é, “sem dúvidas, uma prova do crime contra a humanidade”, como escreve a instituição em em seu site.

Fonte: Galileu.com

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