Meio ambiente

Floresta Amazônica pode parar de absorver CO2 em 15 anos

Estudo, que reuniu especialistas do Reino Unido e da África, aponta que florestas tropicais estão perdendo a capacidade de absorver carbono e podem até começar a emiti-lo

Graças ao desmatamento, à degradação de terras e aos incêndios, florestas tropicais estão mudando sua forma de absorver o carbono da atmosfera. Isso segundo um estudo da Universidade de Leeds, no Reino Unido, em conjunto com pesquisadores do Belgium’s Royal Museum, na Bélgica, que avaliou 300 mil árvores desses biomas ao longo de 30 anos.
Durante a década de 1990 e início dos anos 2000, florestas tropicais intactas removeram ativamente o carbono da atmosfera – na forma de dióxido de carbono – a partir da fotossíntese e o armazenaram como biomassa. Elas foram responsáveis por “sumir” com cerca de 50% de carbono terrestre.
Entretanto, após três décadas de pesquisa, constatou-se que as florestas tropicais estão perdendo a capacidade de “sequestrar” carbono. Pior: em 15 anos, a floresta amazônica pode não conseguir estocar carbono algum, passando até a emitir o gás na atmosfera.
O time de pesquisadores monitorou árvores em 244 florestas de 11 países do continente africano, entre 1968 e 2015, e comparou os dados com árvores da Amazônia.
Notou-se que, na década de 2010, a capacidade de uma floresta tropical absorver carbono havia caído em um terço. A mudança é em grande parte causada por perdas de carbono devido à morte de árvores. Os cientistas também descobriram que o aumento da temperatura média anual e a seca desde 2000 reduziram o crescimento das florestas.
Embora os autores atribuam aos fatores climáticos o declínio da absorção de carbono em florestas nos dois continentes, outros fatores podem ser responsáveis, como a competição entre as árvores por luz e a disponibilidade geral de nutrientes.
“Após anos de trabalho nas florestas do Congo e na Amazônia, descobrimos que um dos impactos mais preocupantes das mudanças climáticas já começou. Estamos décadas à frente do que os modelos mais pessimistas poderiam prever”, disse Wannes Hubau, em nota. “Não há tempo a perder”.

Fonte: Galileu.com

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