Como ensinar uma criança a lidar com as frustrações
A psicoterapeuta infantojuvenil Helen Mavichian apresenta oito dicas para pais e mães apoiarem os filhos em momentos em que enfrentam novos desafios
A infância é uma fase de descobertas, aprendizado e desenvolvimento, em que as crianças estão constantemente enfrentando novos desafios e aprendendo a conviver com suas limitações, o que muitas vezes pode levar a momentos de frustração. Isso ocorre quando elas tentam realizar uma tarefa e não conseguem, como por exemplo ao amarrar os sapatos, montar um quebra-cabeça ou escrever seu nome. Os pequenos também podem ficar frustrados quando não conseguem expressar suas necessidades ou desejos de forma adequada, ou mesmo quando são rejeitados pelos amigos de escola.
Outra situação que pode causar frustração nas crianças é quando elas acham que não vão alcançar as expectativas dos pais. Também é comum que se frustrem quando perdem um jogo ou uma brincadeira.
Situações como mudança de professores na escola, amigos que vão morar em outra cidade, parentes doentes e outras ‘perdas’ também podem desencadear frustrações”, afirma a psicoterapeuta infantojuvenil Helen Mavichian.
Ela diz que ao não saber como expressar esse sentimento, algumas crianças se comportam de forma inadequada, e é importante que os pais ou um profissional psicoterapeuta as ajudem a equilibrar melhor essas emoções e sensações. Segundo Helen, a frustração infantil pode se manifestar de diferentes maneiras. Por exemplo, por meio de birras, manhas, choros ou atitudes agressivas. Há crianças porém que se retraem e se tornam mais reservadas.
É importante lembrar que a maneira de externar pode variar e depende da personalidade, temperamento e habilidades de comunicação da criança”.
A especialista ressalta que lidar com as frustrações é uma habilidade primordial para o convívio em sociedade e, se exercitada e aprendida desde a infância, facilita o amadurecimento emocional, dando leveza às etapas seguintes da vida. Veja a seguir algumas sugestões para ajudar filhos, alunos e todas as crianças ao nosso redor a vivenciar frustrações:
1. Acolha os sentimentos da criança: É importante que ela saiba que seus sentimentos são normais e que é perfeitamente aceitável ficar triste, com raiva ou chateada quando algo não acontece como esperado.
2. Incentive que expresse o que sente: Encoraje a criança a falar sobre suas emoções de maneira apropriada e segura, seja conversando com um amigo ou adulto de sua confiança, escrevendo em um diário ou praticando atividades físicas.
3. Ensine habilidades de resolução de problemas: Ensine a identificar e analisar problemas, pensar em soluções e escolher a melhor opção.
4. Fomente a resiliência: Incentive a pessoa a aprender com os desafios e pensar em alternativas para passar por situações difíceis com mais leveza. Ensine a importância da perseverança e de tentar novamente, mesmo quando as coisas não saem como planejado.
5. Promova o apoio social: Incentive a pessoa a buscar e criar uma rede de apoio social, seja de amigos, familiares, professores ou mesmo profissionais de saúde mental.
6. Seja um modelo: Demonstre como lidar com frustrações e perdas de maneira saudável, para que as crianças possam aprender com o exemplo.
7. Esteja disponível: Mostre-se presente e disponível sempre para a criança, faça com que ela saiba que você está ali para oferecer conforto, orientação e apoio emocional, sempre que for necessário.
8. Ajude a criança a desenvolver autoestima: Ensine à criança a importância de valorizar-se e de ter confiança em suas habilidades. Para isso, valorize seus pontos fortes. Esse autoconhecimento irá ajudá-la a enfrentar a ter resiliência e força em situações adversas.
Ensinar as crianças a encarar frustrações e perdas é um processo contínuo que requer paciência, empatia e apoio emocional.
Ao fornecer essas ferramentas importantes, você pode ajudar a criança a se tornar mais resiliente e capaz para enfrentar os desafios da vida de maneira saudável e positiva. Mas não se esqueça que cada pessoa é única e irá lidar com as emoções de uma maneira diferente”, conclui a psicoterapeuta.
Fonte: Canguru News