Entre o Tempo e o Amor
“Em determinado momento, Gustavo sentiu o sangue a escorrer por entre os dedos, juntamente com a água da chuva. Devido ao acidente, as suas mãos estavam com calos imensos e doloridos. Cansados, ele e Wilson, sentaram-se na lama e permaneceram ali imóveis por alguns minutos. Debaixo da chuva, estavam exaustos e sem entusiasmo para agir. Apenas observavam os raios que clareavam os céus e toda a estrada de chão.
— Sr. Wilson, não estamos diante de um problema, mas sim de um espetáculo único da natureza.
— Concordo, dr. Gustavo, a sua observação é sábia. Creio que muitos vivem suas vidas inteiras sem atentar-se a uma beleza como esta.
— Wilson, será que o amor é como um raio e um trovão, chega e perturba tudo à sua volta e depois deixa um vazio incompreendido em nossas vidas?
— Patrão, digo com a minha pequena experiência de vida, um grande amor jamais se vai. Ele permanece em nossos corações eternamente, mesmo após a morte ou ao término de uma relação. Os raios e trovões não são amores reais, são daqueles passageiros, que ferem imensamente as nossas vidas”.