Reintrodução de nova variante da dengue agrava epidemia em 2025
Casos explodem em São Paulo, com 63 mil possíveis infecções no início do ano; autoridades alertam para riscos elevados devido à falta de imunidade contra o novo sorotipo
O Brasil iniciou 2025 enfrentando um aumento expressivo nos casos de dengue, trazendo preocupação às autoridades de saúde e à população. Dados indicam uma escalada no número de infectados, agravada pela reintrodução do sorotipo 3 do vírus, que não era registrado em várias regiões há 17 anos.
Esse cenário, aliado à epidemia histórica de 2024, posiciona 2025 como um ano crítico no combate à doença transmitida pelo Aedes aegypti. Desde o começo do ano até a quarta-feira (22), São Paulo registrou um aumento nos casos totalizando 63.383 possíveis infecções. Araçatuba, uma das cidades mais afetadas, já decretou estado de emergência devido à alta concentração de infectados, com 255 casos por 100 mil habitantes.
A epidemiologista Regiane de Paula, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doenças de São Paulo, destacou: “o nível de alerta é muito alto, pois tivemos não só uma mudança de quadro epidêmico, mas também um novo sorotipo circulando”.
O retorno do sorotipo 3, que representa 40,8% dos casos registrados em dezembro de 2024, é especialmente preocupante porque a maior parte da população não possui imunidade contra ele. Isso aumenta o risco de novas infecções, mesmo entre aqueles que já contraíram outros tipos de dengue, além de elevar a probabilidade de quadros graves.
Segundo Regiane, “quando você tem uma cocirculação, vai ter mais indivíduos suscetíveis a serem infectados, e para quem já teve dengue, isso cria o risco de um quadro mais grave”. Os sintomas mais comuns incluem: febre alta (acima de 38,5°C), dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, manchas vermelhas na pele, náuseas e vômitos, mal-estar, falta de apetite. Até o momento, apenas no estado de São Paulo, já são 28 municípios em situação de emergência devido à dengue.
Medidas de combate
O combate ao mosquito vetor permanece como a principal estratégia para conter a disseminação da dengue. As iniciativas incluem a eliminação de criadouros (água parada), orientação à população e hidratação rápida dos pacientes infectados.
No campo da inovação, o projeto Wolbachia, desenvolvido pela Fiocruz, utiliza uma bactéria que impede a transmissão do vírus pelo Aedes aegypti. “Os casos confirmados de dengue caíram de 158 no ano de implantação do projeto, 2015, para 55 em 2023. Estudos apontaram ainda redução de 60% dos casos de chikungunya e 40% de zika, em comparação a áreas que não receberam os Aedes aegypti com Wolbachia”, afirmou a Fiocruz.
(Foto ilustração: Luzimara Fernandes/F&N/iStock/Freepik)
Fonte: Epoch Times Brasil