Descoberta nova espécie ‘superpoderosa’ na Mata Atlântica
(Foto: Divulgação/Laboratório Integrado)
Cientistas descobrem nova mosca predadora na Mata Atlântica; conheça a Hemerodromia mystica e sua importância para o ecossistema
Uma equipe de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) identificou uma nova espécie de mosca na Mata Atlântica. O inseto foi encontrado no Parque Estadual da Pedra Branca, localizado no estado do Rio de Janeiro. A nova espécie, denominada Hemerodromia mystica, apresenta características fascinantes.
Medindo apenas três milímetros de comprimento, essa mosca é um predador natural dos borrachudos, utilizando seus casulos como habitat para desenvolvimento. Segundo um comunicado da Fiocruz, “essas moscas desempenham um papel crucial no controle das populações de borrachudos, que são vetores de doenças como oncocercose e mansonelose”.
A denominação “mystica” foi inspirada na personagem dos quadrinhos X-Men, que também assume novas identidades. Essa referência destaca a capacidade do inseto de transformar-se durante seu ciclo de vida ao utilizar o casulo dos borrachudos. Adicionalmente, essa nova mosca atua como um indicador da saúde dos ambientes aquáticos e florestais. Sua dependência de águas limpas para o desenvolvimento a vincula a áreas ecologicamente preservadas.
Aspecto inovador
Segundo a ‘Revista Galileu’, a pesquisa realizada pelos cientistas revela um aspecto inovador: além do macho adulto, foram encontrados vestígios da fase pupal do inseto. Essa descoberta é inédita na investigação de insetos da família Empididae na região Neotropical, que abrange a América do Sul e Central, sul do México e ilhas do Caribe.
O material coletado é extremamente valioso para a ciência, pois permite descrever com precisão duas fases distintas do ciclo de vida da mesma espécie. Isso possibilita o estudo de padrões de desenvolvimento e contribui para a comparação com outras espécies, ampliando o entendimento sobre a biologia desse grupo.
A pesquisa foi divulgada na revista científica International Journal of Tropical Insect Science, ressaltando a abundância ainda inexplorada dos biomas brasileiros, mesmo em áreas urbanas. Arion Tulio Aranda, um dos autores do estudo, enfatiza a importância da continuidade das investigações taxonômicas e ecológicas em diversos ecossistemas: “essas ações são fundamentais para compreender e preservar nossa biodiversidade e seus respectivos habitats”.
Fonte: Aventuras na História
