Bem-estar

Resiliência é um fator chave para a expectativa de vida, diz estudo

Pesquisas mostram que manter a mente forte e positiva ajuda a enfrentar os desafios do envelhecimento — e pode até reduzir o risco de morte entre pessoas acima dos 50 anos

Por Isabella Bisordi

Mais do que sorte ou boa genética, a resiliência emocional (ou seja, a capacidade de se adaptar às dificuldades e encontrar equilíbrio diante dos desafios) pode ser uma das chaves para uma vida mais longa e saudável. Um estudo publicado na revista BMJ Mental Health revelou que pessoas com altos níveis de resiliência têm 53% menos risco de morte em comparação àquelas que enfrentam mais dificuldade para lidar com o estresse e as mudanças da vida.
A pesquisa faz parte do Health and Retirement Study (HRS), um dos maiores levantamentos sobre envelhecimento nos Estados Unidos. Foram analisados dados de mais de 10 mil adultos com mais de 50 anos ao longo de 12 anos. O resultado foi claro: quem mantém a mente resiliente tende a viver mais e melhor. Mesmo levando em conta fatores como doenças crônicas, alimentação e rotina, a influência da força psicológica continuou sendo decisiva. Em uma década, a taxa de sobrevivência foi de 84% entre os mais resilientes, contra 61% entre os menos resilientes.

O estudo também destacou um dado interessante: as mulheres com maior resiliência apresentaram resultados ainda mais expressivos em termos de longevidade. Os pesquisadores sugerem que a forma como as mulheres elaboram emoções, constroem redes de apoio e cultivam vínculos pode ter papel importante na manutenção da saúde emocional e física ao longo dos anos.

Ser resiliente não significa ignorar a dor ou fingir que está tudo bem. Trata-se de encontrar recursos internos para se reerguer após uma queda, reinterpretar desafios e manter o equilíbrio emocional mesmo em situações difíceis. A ciência mostra que esse estado mental reduz a produção de hormônios do estresse, como o cortisol, melhora a resposta imunológica e ajuda o corpo a se recuperar com mais eficiência de doenças. Além disso, pessoas resilientes tendem a manter hábitos mais saudáveis, como boa alimentação, socialização ativa e prática regular de atividades físicas — comportamentos que impactam diretamente a longevidade. A boa notícia é que a resiliência não é uma característica fixa. Ela pode ser desenvolvida e fortalecida em qualquer fase da vida.

Algumas práticas simples fazem diferença:
Cultive laços afetivos. Estar cercado por pessoas de confiança ajuda a enfrentar períodos desafiadores com mais leveza;
Pratique o autoconhecimento. Terapia, meditação e escrita reflexiva ajudam a reconhecer emoções e ressignificar experiências;
Adote hábitos saudáveis. Exercícios, alimentação equilibrada e boas noites de sono são aliados da mente e do corpo;
Aceite as mudanças. Envelhecer é também se reinventar. Enxergar o novo com curiosidade e não com medo fortalece a mente.

Envelhecer com saúde envolve mais do que cuidar do corpo: é também nutrir a mente e o coração. A resiliência emocional mostra que o bem-estar não vem da ausência de problemas, mas da capacidade de seguir em frente com esperança e propósito. Mais do que acrescentar anos à vida, é uma forma de acrescentar vida aos anos.

Fonte: Bons Fluidos

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish