Comportamento & Equilíbrio

Emetofobia: saiba mais sobre este medo que atinge entre 2 e 7% da população

Com o tratamento adequado, é possível retomar o controle da vida, reduzir a ansiedade e desfrutar de uma rotina mais plena

Por Lilian Coelho Maffei 

Imagine viver com medo de vomitar! Já pensou? Trata-se de um medo tão intenso que passa a ditar suas escolhas alimentares, sociais e até mesmo sua rotina diária. Para milhões de pessoas, essa realidade tem um nome: emetofobia. Diferente de um simples desconforto ou nojo, essa fobia específica é um transtorno de ansiedade grave, que pode aprisionar seus portadores em um ciclo de evitação e angústia constante.
Segundo a doutoranda em Psicologia Molly Sheila Harbor, a emetofobia é mais do que simplesmente não gostar de vomitar. Reportagem do site O Globo mostra que ela pode afetar diversos aspectos da vida. Segundo a pesquisa conduzida por Molly, a condição pode surgir após uma experiência traumática de vômito (próprio ou de outra pessoa), um episódio de gastrite, intoxicação alimentar ou até mesmo sem um gatilho aparente. Ela não se limita apenas ao medo de vomitar, mas também ao de ver outras pessoas vomitando, de sentir náuseas, ou de estar em locais onde o vômito possa ocorrer (como restaurantes, transportes públicos e até hospitais). Assim, algumas experiências cotidianas que são rotineiras, como ficar ‘cheio’ depois da refeição podem desencadear o temor de passar mal.

Por isso, as pessoas com esta condição acabam evitando ir a festas e viagens por temor de ficar com náusea ou pegar alguma doença. Além disso, o paciente começa a adquirir o hábito de observar o próprio corpo de forma obsessiva em busca de sinais de náusea e também passa abusar dos antiácidos e remédios para enjoo. Por fim, acaba ficando isolado e perdendo oportunidades de convivência com amigos e familiares.

A boa notícia é que a emetofobia tem tratamento eficaz. Segundo a pesquisadora, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a abordagem mais indicada. Profissionais utilizam técnicas como a exposição gradual (controlada e segura) ao objeto do medo e a reestruturação de pensamentos disfuncionais. Em alguns casos, a medicação (antidepressivos ou ansiolíticos) pode ser utilizada para auxiliar no controle da ansiedade.

Por isso, buscar ajuda profissional é o primeiro passo para libertar-se dessa fobia. Com o tratamento adequado, é possível retomar o controle da vida, reduzir a ansiedade e desfrutar de uma rotina mais plena, sem o fantasma constante do vômito. A emetofobia não precisa ser uma sentença, e o conhecimento sobre ela é o início da cura.

Fonte: Bons Fluidos

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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