Gestão humanizada, a chave para a Serra decolar
“O sucesso de uma gestão está nas coisas voltadas para o ser humano”. É com esta frase que, Robson Corrêa Lyrio, mais conhecido por Robinho de Carapina, e morador de Carapina Grande há mais de 42 anos começa a entrevista. Pré-candidato a vereador pelo município, para ele a Serra precisa de um modelo novo de gestão, uma coisa humanizada, voltada para as classes menos favorecidas, que são esquecidas e abandonas pelo poder público. Membro da Associação de Moradores de Carapina Grande desde 2012, disse que a periferia do município é abandonada.
“O nosso município tem potencial, o que falta é implantar coisas mais modernas e com praticidade. Nem sempre o que é caro, é o melhor. Basta ver o nosso sistema de saúde, nossas unidades municipais de saúde estão sempre lotadas, o atendimento é terrível. Não culpo os servidores, é o modelo de gestão que está ultrapassado mesmo. Para marcar consulta, o cidadão precisa sair de casa de madrugada e ter a sorte de encontrar ficha para ser atendido. O sistema passou da hora de ser digitalizado. As consultas seriam marcadas por um aplicativo e um dia antes da consulta ele seria avisado pelo celular, isso otimizaria o sistema”, critica.
Ainda discorrendo sofre as deficiências na área, Robson afirma que “a falta de especialistas como pediatra, ginecologista e psicanalista nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), é outra grave falha do sistema. A maioria dessas unidades trabalha com dois clínicos gerais, sendo um do Programa de Saúde da Família (PSF) e isso significa que, quando o paciente precisa de um desses especialistas, ele é encaminhado a uma UBS mais próxima ou para uma regional. Quando se trata de criança e o caso requer urgência, eles encaminham ao hospital infantil. Já quando é uma gestante que necessita de um acompanhamento de um clínico geral (PSF), somente no final da gravidez ela é encaminhada para um ginecologista. Outra coisa é a falta de medicamentos, às vezes, o paciente tem que se deslocar do seu bairro para uma regional da saúde, num bairro distante e, ainda assim, não tem o medicamento. No Programa de Saúde Mental o atendimento é feito por psicólogos e a demanda tem sido tão grande que as terapias, às vezes, são feitas em grupo e não individuais. Isso depois de uma longa espera após encaminhamento médico”, explica.
Robson que acredita que poderia ser implantado, no município, um espaço de tratamento para pacientes psiquiátricos, onde no mínimo uma vez por semana esse paciente passaria o dia em acompanhamento com profissionais da área (psiquiatra, psicólogo, arte-terapeuta e professor de educação física), para contribuir no processo de recuperação desses indivíduos, proporcionando qualidade de vida.
Na segurança, a cidade precisa voltar com os vigilantes nas escolas porque foram substituídos por porteiros. Devemos investir em câmeras de videomonitoramento para facilitar a identificação de pessoas ou veículos que agem nos bairros e na cidade, infringindo a lei com assaltos, tráfico de drogas, entre outros delitos.
Para que uma sociedade se desenvolva de maneira próspera e saudável é preciso investir em educação, uma área que o pré-candidato vê como uma das mais abandonadas pelo poder público municipal. A integração entre escola e comunidade se faz extremamente necessária porque uma coisa não caminha sem a outra. “A educação tem que ser vista com seriedade e muito carinho. As escolas não podem ser um ambiente isolado, é uma estrutura física que precisa ser utilizada pela comunidade. Devem ser abertas nos finais de semana para implantação de cursos profissionalizantes, inclusão de libras na grade curricular e atividades culturais (música, dança, oficinas e esportes) para os alunos e seus familiares. Tudo isso ajuda a comunidade a interagir mais com seus moradores”, enfatiza.
Outro ponto que Robson fez questão de frisar foi a situação de moradores de rua, pois, segundo ele, o número de pessoas nessas condições aumentou drasticamente nos últimos anos, se tornando um sério problema para a cidade. “O município não pode abandonar os moradores em situação de rua. Precisamos identifica-los, qualificá-los e reintegrá-los ao mercado de trabalho. A maioria deles tem profissão, mas não tem apoio do poder público. Não basta dar comida e água, temos que dar emprego. Eles precisam se sentir úteis, cidadãos com todos os direitos constituídos, além do mais o trabalho dignifica a pessoa”, argumenta.
Para finalizar, Robson deixa uma mensagem aos leitores do Fatos & Notícias .“Além das bandeiras que citei, apresentarei projetos de leis para problemas pontuais como: melhoria no atendimento do Disque-Silêncio; melhoria no controle de zoonoses; apoio às Organizações não governamentais (ONGs); concurso interno para diretor escolar, hoje é indicação do prefeito); identificar terrenos ociosos do município e dar destino certo (escolas, creches, área de lazer e praças); inclusão de matérias como Direito Básico, Ciências Políticas e Constitucional e primeiros socorros e prevenção de acidentes no ensino fundamental”, assume.