Política

Gestão pública é coisa séria

“O que temos hoje na agricultura da Serra é uma administração ‘prefeitualizada’, os cargos são preenchidos por cabos eleitorais e não por técnicos”

Evaldo Borges de Oliveira, morador de Bairro de Fátima há 45 anos, é ex-presidente do Brazilian Immigrant Center, Allston, U.S.A, onde trabalhou em vários projetos sociais, inclusive com alunos da Universidade de Harvard. De volta ao Brasil, Evaldo, que é funcionário público municipal, se coloca como pré-candidato a vereador pelo Partido Solidariedade e fala um pouco dos sonhos que pretende realizar, caso seja eleito nas próximas eleições.
“Tenho um projeto ligado à área ambiental que tem influência direta na área da educação. Me refiro às observações antropizadas, ou seja, áreas cujas características originais foram alteradas pelo homem. Lutarei para retomarmos o projeto Jardins e Hortas Sustentáveis nas escolas municipais. Acho muito importante para o currículo escolar. O projeto envolve disciplinas como matemática, ciências, geografia, química e tantas outras, é a chamada interdisciplinaridade. Os alunos terão um dia de campo para que interajam mais com a natureza, com a produção. Acredite, tem aluno que não tem conhecimento da origem dos alimentos e isso é uma lacuna que ele carregará por toda a sua existência. Quando falo do processo antropizado, é justamente isso, fazer com que nossos alunos entendam que eles fazem parte desse meio transformador. Trata-se de um projeto educativo que merece ser agregado na grade curricular da rede de ensino municipal”, sugeriu.
Perguntado sobre o porquê de as hortaliças e os legumes oferecidos nas refeições diárias das escolas não serem produzidas pelos produtores do município, Evaldo enfatizou dizendo que a agricultura do município é ‘prefeiturizada’ e não municipalizada.

Horta (Foto: Divulgação)

“A atual administração é ‘prefeiturizada’, quero dizer que os cargos são preenchidos por cabos eleitorais e não por técnicos. Isso deixa os serviços deficientes e compromete a qualidade da máquina pública”, critica.
“Tivemos a cultura do abacaxi no município que foi dizimada. Na época, a prefeitura comprou mais de 150 mil mudas da variedade Pérola e distribuiu para os produtores, porém, faltou o suporte técnico e o projeto não foi à frente. Acredito que, se houvesse a municipalização da prefeitura, colocando pessoas com conhecimento técnico dentro do organograma, não só da Secretaria de Agricultura (Seag), mas nas outras pastas, esses problemas não existiriam”, afirma.
“Hoje, estamos convivendo com um problema chamado coronavírus, e estão esquecendo de outras atividades dos postos de saúde, ou seja, a população não sofre somente de coronavírus. Os agentes de saúde que trabalham no campo deviam trabalhar por videomonitoramento, acho que ajudaria a evitar filas e aglomerações nos hospitais, nos PAs e nas UPAs. Seria um tratamento virtual, não haveria necessidade da pessoas estarem nas unidades de saúde”, sugere.
“No meio ambiente, acho que precisamos trabalhar nos projetos voltados à preservação ambiental, na flora, na fauna, no solo e na água (recursos renováveis). É importante a preservação e recuperação de nascentes no município, com acompanhamento, inclusive, do Ministério Público”.
“Ainda no meio ambiente, o município tem problemas seríssimos de resíduo sólido, que na minha opinião, devera montar uma operação conjunta entre a fiscalização, a polícia ambiental e a guarda municipal. Nós não temos lugar para descarte de lixo no município. Hoje, algumas área brejosas servem de descarte desses materiais, o que é um crime.

A cultura do abacaxi foi dizimada na Serra (Foto: Aloísio Sampaio)

Sou pré-candidato a vereador pelo Solidariedade e acho que política não é lugar para quem quer ganhar dinheiro, se quer ganhar dinheiro, procura outra coisa para fazer. Na política, você se torna um prestador de serviços, tem que zelar pela sua família, pelo seu vizinho, pela sua comunidade e pelo seu município. A comunidade é que sabe o que tem e o que falta para os moradores, não posso colocar sobre a mesa dois ou três projetos e exigir que a comunidade escolha um sem antes consultá-la, não se faz isso. Vou dar um exemplo que está acontecendo no bairro em que moro. A creche está sendo construída atrás do posto médico sendo que, em Hélio Ferraz, o Centro Social Urbano – CSU, tem uma área que comportaria uma creche com uma logística mais apropriada para os moradores da região. A meu ver, o que deveria ser construído atrás do posto de saúde, seria um Centro de Convivência, porque facilitaria no socorro de um idoso caso houvesse necessidade”.
“Outro projeto que eu sei que seria um processo longo de discussões e exemplo de democracia, seria a criação da comunidade Grande Bairro de Fátima, com a unificação dos bairros de Fátima, Carapina I, Hélio Ferraz I e II e Eurico Salles… Uma diretoria com esses números, seria muito mais forte politicamente”, exclamou.
“A população precisa ficar atenta aos possíveis candidatos a prefeito… Devemos avaliar o currículo dos que querem gerir um município como o nosso. Conhecemos nomes que já mostraram que têm capacidade para tocar a Serra, é o caso do Sérgio Vidigal, que foi um prefeito muito atuante, trabalhou com seriedade, se preocupou com a população mais carente, mostrou isso enquanto esteve à frente da prefeitura de 1997 a 2003 e de 2009 a 2012. Me sinto confortável em falar dele por ser o mais experiente e qualificado para recolocar a Serra nos trilhos”, finalizou.

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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