Saúde

O que são superbactérias e por que elas ameaçam a saúde do mundo inteiro

Diante de antibióticos que já não fazem mais efeito e de estudos alarmantes sobre o futuro com as superbactérias, pesquisadores de diversos países, inclusive do Brasil, correm atrás de soluções

Você sabia que infecções bacterianas matam 700 mil pessoas anualmente em todo o mundo? Isso ocorre porque certas bactérias têm se mostrado tão resistentes aos tratamentos disponíveis que até antibióticos de última geração não fazem mais efeito sobre elas.
A má notícia é que o cenário tende a ficar muito pior se medidas urgentes não forem tomadas em nível global: estima-se que as chamadas superbactérias poderão causar 10 milhões de mortes por ano a partir de 2050. Os dados são do Review on Antimicrobial Resistance, uma revisão de estudos encomendada pelo governo britânico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o perigo e, para incentivar pesquisas e o desenvolvimento de novos antibióticos, publicou uma lista das bactérias que mais ameaçam a saúde humana atualmente.
Um dos fatores que contribuem para a existência de superbactérias é o uso indiscriminado de antibióticos. Para ter uma ideia do problema, um estudo da Sociedade de Doenças Infecciosas Pediátricas (Reino Unido), feito com 6,8 mil crianças hospitalizadas em 41 países, identificou que 33% estavam recebendo antibiótico sem necessidade.
No Brasil, a situação é crítica. Um relatório recém-publicado pela OMS revela que, entre 65 nações pesquisadas, o Brasil é a 17ª que mais utiliza antibióticos. Aqui o consumo fica em 22 doses diárias definidas (DDD, unidade de medida própria de estudos como esse) a cada mil habitantes, enquanto no Canadá, por exemplo, são 17 e, no Japão, 14.
A boa notícia é que, para cumprir compromisso assumido com a OMS e se juntar aos países que já estão se debruçando sobre o problema, o Brasil lançou no final de 2018 o seu Plano de Resistência aos Antibióticos. Uma das ações é o financiamento de pesquisas inovadoras sobre o tema em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com a Fundação Bill & Melinda Gates.

Dossiê – Superbactérias (Foto: Studio Oz/Ilustração Mariana Coan)

Como as bactérias mais fortes são selecionadas

1. Nas populações de bactérias, nem todas são iguais: há fortes e fracas.
2. Portanto, quando usamos antibióticos, o efeito pode não ocorrer sobre todas.
3. As mais fortes (representadas aqui na cor rosa) podem resistir.
4. Se não morrem, se proliferam e causam novas infecções difíceis de combater.

Conheça suas inimigas
Confira algumas bactérias que preocupam a OMS

Acinetobacter baumannii
Sobrevive em superfícies secas por até um mês. Geralmente infecta pacientes hospitalizados, acometendo o trato respiratório. O índice de mortalidade dos infectados por ela varia de 19% a 54%.

Pseudomonas aeruginosa
Prefere lugares úmidos. Nos hospitais, costuma ser encontrada em pias, soluções antissépticas e receptáculos de urina. A infecção pode ocorrer em locais como pele, ossos, olhos, trato urinário e pulmões.

Um dos fatores que contribuem para a existência de superbactérias é o uso indiscriminado de antibióticos

Enterobacteriaceae
Essa grande família de bactérias inclui espécies resistentes a antibióticos como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC). Ela causa diferentes tipos de problemas, como pneumonia, infecções na corrente sanguínea e meningite.

Fonte: Galileu.com

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